quinta-feira, 30 de maio de 2013

A origem da festa de Corpus Christi

A Festa de Corpus Christi foi instituída pelo Papa Urbano IV com a Bula "Transiturus" de 11 de agosto de 1264, para ser celebrada na quinta-feira após a Festa da Santíssima Trindade, que acontece no domingo depois de Pentecostes. 
O Papa Urbano IV foi o cônego Tiago Pantaleão de Troyes, arcediago do Cabido Diocesano de Liège na Bélgica, que recebeu o segredo das visões da freira agostiniana, Juliana de Mont Cornillon, as quais exigiam uma festa da Eucaristia no Ano Litúrgico. 
Juliana nasceu em Liège em 1192 e participava da paróquia Saint Martin. Com 14 anos, em 1206, entrou para o convento das agostinianas em Mont Cornillon, na periferia de Liège. Com 17 anos, em 1209, começou a ter 'visões', exigindo da Igreja uma festa anual para agradecer o sacramento da Eucaristia. Com 38 anos, em 1230, confidenciou esse segredo ao arcediago de Liège, que 31 anos depois, por três anos, se tornaria o Papa Urbano IV (1261-1264), tornando mundial a Festa de Corpus Christi, pouco antes de morrer. 
A "Fête Dieu" começou na paróquia de Saint Martin em Liège, em 1230, com autorização do arcediago para procissão Eucarística só dentro da igreja, a fim de proclamar a gratidão a Deus pelo benefício da Eucaristia. Em 1247, aconteceu a primeira Procissão Eucarística pelas ruas de Liège, já como festa da diocese. Depois se tornou festa nacional na Bélgica. A festa mundial de Corpus Christi foi decretada em 1264, 6 anos após a morte de irmã Juliana em 1258, com 66 anos. 
Santa Juliana de Mont Cornillon foi canonizada em 1599 pelo Papa Clemente VIII. 
Celebração: O decreto do Papa Urbano IV teve pouca repercussão, porque ele morreu em seguida. Mas se propagou por algumas igrejas, como na diocese de Colônia na Alemanha, onde Corpus Christi é celebrada antes de 1270. O ofício divino, seus hinos, a sequência 'Lauda Sion Salvatorem' são de Santo Tomás de Aquino (1223-1274), que estudou em Colônia com Santo Alberto Magno. Essa festa [Corpus Christi] tomou seu caráter universal definitivo, 50 anos depois de Urbano IV, a partir do século XIV, quando o Papa Clemente V, em 1313, confirmou a Bula de Urbano IV nas Constituições Clementinas do Corpus Júris, tornando a Festa da Eucaristia um dever canônico mundial. 
Em 1317, o Papa João XXII publicou esse Corpus Júris com o dever de levar a Eucaristia em procissão pelas vias públicas. O Concílio de Trento (1545-1563), por causa dos protestantes, da Reforma de Lutero, dos que negavam a presença real de Cristo na Eucaristia, fortaleceu o decreto da instituição da Festa de Corpus Christi, obrigando o clero a realizar a Procissão Eucarística pelas ruas da cidade, como ação de graças pelo dom supremo da Eucaristia e como manifestação pública da fé na presença real de Cristo na Eucaristia. 
Em 1983, o novo Código de Direito Canônico – cânon 944 – mantém a obrigação de se manifestar "o testemunho público de veneração para com a Santíssima Eucaristia" e "onde for possível, haja procissão pelas vias públicas", mas os bispos escolham a melhor maneira de fazer isso, garantindo a participação do povo e a dignidade da manifestação. 
Sacramento: A Eucaristia é um dos sete sacramentos e foi instituído na Última Ceia, quando Jesus disse: "Este é o meu corpo...isto é o meu sangue... fazei isto em memória de mim". Porque a Eucaristia foi celebrada pela primeira vez na Quinta-Feira Santa, Corpus Christi se celebra sempre numa quinta-feira após o domingo depois de Pentecostes. 
Na véspera da Sexta-Feira Santa, a morte na cruz impede uma festa solene e digna de gratidão e doutrinação. Porque a Última Ceia está no Novo Testamento, os evangélicos lhe têm grande consideração, mas com interpretação diferente. 
Para os luteranos e metodistas, a Eucaristia é sacramento, mas Cristo está presente no pão e no vinho apenas durante a celebração, como permanência e não transubstanciação. Outras igrejas cristãs celebram a Ceia como lembrança, memorial, rememoração, sinal, mas não reconhecem a presença real de Cristo nela. Mas alguma coisa existe em comum que, por intermédio da Eucaristia, une algumas Igrejas cristãs na Eucaristia, ensina o Concílio Vaticano II, no decreto "Unitatis Redintegratio". 
A Eucaristia é também celebração do amor e união, da comum-união com Cristo e com os irmãos. 
Ela [Eucaristia], que é a renovação do sacrifício de Cristo na cruz, significa também reunião em torno da mesa, da vida e da unidade para repartir o pão e o amor. E é o centro da vida dos cristãos: "Eu sou o Pão da Vida, que desceu do céu para a vida do mundo, por meio da vida de comum-união dos cristãos". 
Ornamentação: A decoração das ruas para a Procissão de Corpus Christi é uma herança de Portugal e tradição brasileira. Muitas cidades enfeitam suas ruas centrais com quilômetros de tapetes, feitos de serragem colorida, areia, tampinhas de garrafa, cascas de ovos, pó de café, farinha, flores, roupas e outros ingredientes.

O terço no pescoço: pode?

Nos últimos dias, temos visto, de forma acentuada, um modismo inusitado e esquisito, bem fora do comum. Muitas pessoas, principalmente mulheres, a usar o terço no pescoço. Tal gesto muito nos tem chamado atenção, cabendo refletir, aqui, um pouco sobre tal iniciativa.
O terço é um instrumento confeccionado geralmente em madeira ou em outros tipos de material. É composto de um crucifixo, e esferas maiores e menores que correspondem à oração do Pai Nosso e, por consequência, da Ave Maria. Ele é utilizando há muito pelos cristãos católicos. Com ele, o terço, meditamos os mistérios do Santo Rosário, mistérios do nascimento, vida, morte e ressurreição de Nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. O rosário é uma oração mariana, oração de intercessão bem apreciada e difundida entre os católicos. Por meio do rosário ou do terço, pedimos a intercessão, suplicamos que Maria rogue por nós ao seu Filho Jesus.
Por isso, sobretudo as senhoras sábias com mais idade, principalmente as romeiras do Pe. Cícero do Juazeiro, traziam-no e trazem-no ao pescoço, por baixo da blusa ou vestido, de forma discreta para rezar nas horas santificadas do dia e nas mais diversas urgências e emergências da vida cotidiana. Eis um sentido de uso puro, íntegro, correto e significativo do santo terço.
Não podemos esquecer que estamos mergulhados num mundo eminentemente pagão, que por meio de atitudes concretas vem rejeitado, excomungando e execrando Deus e tudo o que a Ele está relacionado. Rejeita-se os símbolos cristãos mundo a fora, sob formas e modos diversos. É triste. É lamentável.
Daí, diante deste modismo pagão, não vemos nenhum sentido em trazer, ao pescoço, o símbolo tão rico e tão nobre que marca a religiosidade do povo católico. Ele, o terço, não é e nem nunca poderá ser bijuteria, objeto embelezador do corpo. Muito pelo contrário, ele é útil para embelezar a alma, aproximar os seres humanos de Deus. Ele é necessário porque nos faz entrar em comunhão com o Altíssimo.
Não somos contra os ornamentos femininos. Não somos contra as joias, miçangas e bijuterias. Elas são importantes pois refletem, ainda mais, a beleza das mulheres. Vários povos e culturas tem nas joias, miçangas e bijuterias elementos complementadores da beleza do gênero feminino. E isto é notável.
Somos contra, sim, o mau uso dos nossos objetos sagrados, pois nossos objetos religiosos ou sagrados remontam ao Divino, às coisas do Céu. Somos contra, sim, pois cremos que é um desrespeito profundo desfazer das coisas dos outros, das coisas que estão intimamente ligadas à fé católica, nossa fé.
Portanto, não é plausível, admissível, sob nenhum aspecto ornamentador ou embelezador, ter o terço ao pescoço. Mas lindas e belas peças em ouro, prata ou algo semelhante. Terço é instrumento de oração, estejamos com ele no bolso, na bolsa, prontos para rezar. Cuidemos de rezar o santo terço para que o mundo seja mais santo e respeitoso, para que o mundo seja melhor. Cuidemos de rezar o santo terço para que o mundo traga em si as marcas do Reino de Deus.

Texto de Pe. Walmir Galdino

Corpus Christi – Quinta-feira 30/05/2013

Evangelho (Lc 9,11b-17) — O Senhor esteja convosco. — Ele está no meio de nós. — PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas. — Glória a vós, Senhor! Naquele tempo, 11bJesus acolheu as multidões, falava-lhes sobre o Reino de Deus e curava todos os que precisavam. 12A tarde vinha chegando. Os doze apóstolos aproximaram-se de Jesus e disseram: “Despede a multidão, para que possa ir aos povoados e campos vizinhos procurar hospedagem e comida, pois estamos num lugar deserto”. 13Mas Jesus disse: “Dai-lhes vós mesmos de comer”. Eles responderam: “Só temos cinco pães e dois peixes. A não ser que fôssemos comprar comida para toda essa gente”. 14Estavam ali mais ou menos cinco mil homens. Mas Jesus disse aos discípulos: “Mandai o povo sentar-se em grupos de cinquenta”. 15Os discípulos assim fizeram, e todos se sentaram. 16Então Jesus tomou os cinco pães e os dois peixes, elevou os olhos para o céu, abençoou-os, partiu-os e os deu aos discípulos para distribuí-los à multidão. 17Todos comeram e ficaram satisfeitos. E ainda foram recolhidos doze cestos dos pedaços que sobraram.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.

Entenda o significado do tapete de Corpus Christi


Essas verdadeiras obras de arte são confeccionadas de serragem, borra de café, farinha, casca de ovos, areia, folhas, flores, entre outros materiais. Essa iniciativa é uma expressão de carinho com a Santíssima Eucaristia. 

"[A confecção de tapetes] Não tem caráter de penitência ou pagamento de promessas. É uma manifestação popular de adoração a Cristo", explica professor Felipe Aquino.
A passagem pelo tapete tem um significado especial. O ostensório, que armazena o Corpo de Cristo na hóstia, é carregado pelo sacerdote por essas ruas enfeitadas, e os fiéis só podem pisar nesses desenhos após a passagem do padre. É uma representação de que Jesus anda por ali e é recebido com um belo tapete pelas ruas da cidade. 
"É também uma evocação bíblica, que narra Jesus entrando em Jerusalém e o povo colocando ramos de oliveira para que Ele passasse por cima. Mas, apesar de fazer memória à entrada de Cristo em Jerusalém, esta procissão não tem ligação com a procissão de ramos, que antecede a Paixão de Cristo. No dia da festa de Corpus Christi a Igreja celebra a instituição do Sacramento da Eucaristia, sendo este o único dia em que o Santíssimo Sacramento sai pelas ruas", ensina o professor e apresentador do programa "Escola da Fé".

terça-feira, 28 de maio de 2013

Adoração ao Santíssimo Sacramento.
Composta por São Tomás de Aquino, a pedido do Papa Urbano IV. 1263



Eu vos adoro devotamente, oh! Divindade escondida, que verdadeiramente Se oculta sob estas aparências, a Vós, meu coração submete-se todo inteiro, porque, vos contemplando, tudo desfalece.
A vista, o tato, o gosto falham com relação a Vós mas, somente em vos ouvir em tudo creio. Creio em tudo aquilo que disse o Filho de Deus, nada mais verdadeiro que esta Palavra de Verdade.
Na Cruz, estava oculta somente a vossa Divindade, mas aqui, oculta-se também a vossa Humanidade.
Eu, contudo, crendo e professando ambas, peço aquilo que pediu o ladrão arrependido.
Não vejo, como Tomé, as vossas chagas, entretanto, vos confesso meu Senhor e meu Deus.
Faça que eu sempre creia mais em Vós, em vós esperar e vos amar. 
Oh! memorial da morte do Senhor, Pão vivo que dá vida aos homens, faça que minha alma viva de Vós, e que à ela seja sempre doce este saber.
Senhor Jesus, bondoso pelicano, lava-me, eu que sou imundo, em teu sangue, pois que uma única gota faz salvar todo o mundo e apagar todo pecado. 
Oh! Jesus, que velado agora vejo, peço que se realize aquilo que tanto desejo: Que eu veja claramente vossa face revelada; que eu seja feliz contemplando a vossa glória. Amém.

domingo, 26 de maio de 2013

Semana Eucarística 2013

SEMANA EUCARÍSTICA 2013

DE 26 Á 30 DE MAIO


EUCARISTIA: PÃO DA FÉ, PÃO DA UNIDADE 



PROGRAMAÇÃO

26/05/2013: DOMINGO

19 h - Celebração Eucarística - Abertura da Semana Eucarística e Batismo das crianças e adolescentes da catequese paroquial


27/05/2013: SEGUNDA

15 às 17 h: HORA SANTA
18 h : Celebração Eucarística
19 h: Roda de conversa sobre eucaristia 
Presença de vários expositores: Padre Marcos e Irmã Gelda


28/05/2013: TERÇA

15 às 18: Hora Santa
18h: Terço Eucarístico
19h: Celebração Eucarística
Momento eucarístico com a família e crianças



29/05 QUARTA..

15 às 16: Terço Eucarístico (Igreja São Benedito)

18h: Tenda do Senhor 


30/05/2013: QUINTA


8 h: Celebração do sacramento da eucaristia (primeira eucaristia de crianças e jovens)
10 h: Café com crianças e adolescentes primeira comunhão 
12 ás16 h: Hora santa 
16 h: Solene Celebração Eucarística de Corpus Christi
17 h: Procissão pelas principais ruas da cidade
18 h: Benção do Santíssimo Sacramento (ENCERRAMENTO SEMANA EUCARÍSTICA)

quinta-feira, 16 de maio de 2013

II Simpósio Teológico Mariano

A Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, convida a todos para fazerem parte do II SIMPÓSIO TEOLÓGICO MARIANO, que será realizado nesta quinta e sexta-feira (16 e 17/05/2013), a partir das 19:00 horas, no centro de pastoral, com o tema: "Virgindade perpétua de Maria".



Programação do II Simpósio Teológico Mariano


Quinta-feira (16/05/2013)

19:00 h: Celebração Eucarística

20:00 h: Canto de acolhida

20:10 h: Formação de mesa

20:15 h: Oração inicial

20:20 h: Momento Mariano

20:30 h: Palestrante - Padre Cícero Lenisvaldo

Tema: Assunção de Nossa Senhora

21:10 h: Debate

21:40 h: Oração final



Sexta-feira (17/17/05/2013)

19:00 h: Canto de acolhida

19:10 h: Formação de mesa

19:20 h: Oração inicial

19:30 h: Palestrante - Padre Lídio

Tema: Virgindade perpétua

20:15 h: Debate

20:45 h: Oração final

21:00 h: Coquetel de encerramento

segunda-feira, 13 de maio de 2013

A História de Fátima

Primeira Aparição de Nossa Senhora de Fátima

Dia 13 de Maio de 1917.





Nossa Senhora aparece resplandecente aos pastorinhos, em 1917. 
Lúcia, Francisco e Jacinta estavam brincando num lugar chamado Cova da Iria. De repente, observaram dois clarões como de relâmpagos, e em seguida viram, sobre a copa de uma pequena árvore chamada azinheira, uma Senhora de beleza incomparável. Era uma Senhora vestida de branco, mais brilhante que o sol, irradiando luz mais clara e intensa que um copo de cristal cheio de água cristalina, atravessado pelos raios do sol mais ardente. Sua face, indescritivelmente bela, não era nem alegre e nem triste, mas séria, com ar de suave censura. As mãos juntas, como a rezar, apoiadas no peito, e voltadas para cima. Da sua mão direita pendia um Rosário. As vestes pareciam feitas somente de luz. A túnica e o manto eram brancos com bordas douradas, que cobria a cabeça da Virgem Maria e lhe descia até os pés. Lúcia jamais conseguiu descrever perfeitamente os traços dessa fisionomia tão brilhante. Com voz maternal e suave, Nossa Senhora tranqüiliza as três crianças, dizendo:
Nossa Senhora: “Não tenhais medo. Eu não vos farei mal.”
E Lúcia pergunta:
Lúcia: “Donde é Vossemecê?”
Nossa Senhora: “Sou do Céu!” 
Lúcia: “E que é que vossemecê me quer?
Nossa Senhora: “Vim para pedir que venhais aqui seis meses seguidos, sempre no dia 13, a esta mesma hora. Depois vos direi quem sou e o que quero. Em seguida, voltarei aqui ainda uma sétima vez."
Lúcia: “E eu também vou para o Céu?”
Nossa Senhora: “Sim, vais.”
Lúcia: “E a Jacinta?”
Nossa Senhora: “Também”
Lúcia: “E o Francisco?”
Nossa Senhora: “Também. Mas tem que rezar muitos terços”.
Nossa Senhora: “Quereis oferecer-vos a Deus para suportar todos os sofrimentos que Ele quiser mandar-vos, em ato de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido, e de súplica pela conversão dos pecadores?”
Lúcia: “Sim, queremos”
Nossa Senhora: “Tereis muito que sofrer, mas a graça de Deus será o vosso conforto”.
Ao pronunciar estas últimas palavras, Nossa Senhora abriu as mãos, e delas saía uma intensa luz.
Os pastorinhos sentiram um impulso que os fez cair de joelhos, e rezaram em silêncio a oração que o Anjo havia lhes ensinado:
As três crianças: “Ó Santíssima Trindade, eu Vos adoro. Meu Deus, meu Deus, eu Vos amo no Santíssimo Sacramento.”
Passados uns momentos, Nossa Senhora acrescentou:
Nossa Senhora: “Rezem o Terço todos os dias, para alcançarem a paz para o mundo, e o fim da guerra.”
Em seguida, cercada de luz, começou a elevar-se serenamente, até desaparecer.


Segunda Aparição de Nossa Senhora de Fátima


Dia 13 de Junho de 1917.





Jacinta, Lúcia e Francisco:
os três pastorinhos
videntes de Fátima 

Antes da segunda aparição, os pastorinhos notaram novamente um clarão, a que chamavam relâmpago, mas que não era propriamente um relâmpago. Era o reflexo de uma luz que se aproximava. Além dos pastorinhos, havia, também, cerca de 50 pessoas. Mas essas pessoas não viam Nossa Senhora.
Lúcia começou a falar com Nossa Senhora.
Lúcia: “Vossemecê que me quer? ”Nossa Senhora: “Quero que venhais aqui no dia treze do mês que vem. Que Rezeis o Terço todos os dias, e que aprendais a ler. Depois direi o que quero”
Lúcia pediu a cura de uma pessoa doente, e Nossa Senhora lhe disse:
Nossa Senhora: “Se se converter, curar-se-á durante o ano.”
Lúcia: “Queria pedir-lhe para nos levar para o Céu”.
Nossa Senhora: “Sim. A Jacinta e o Francisco, levo-os em breve. Mas tu, ficas cá mais algum tempo. Jesus quer servir-se de ti para me fazer conhecer e amar. Ele quer estabelecer no mundo a devoção ao Meu Imaculado Coração. A quem a abraçar, prometo a salvação. E serão queridas de DEUS estas almas, como flores postas por Mim a adornar o Seu trono”.
Lúcia: “Fico cá sozinha?”
Nossa Senhora: “Não filha. E tu sofres muito? Não desanimes. Eu nunca te deixarei. O meu Imaculado Coração será o teu refúgio, e o caminho que te conduzirá até Deus”.
Foi no momento em que disse estas últimas palavras, que Nossa Senhora abriu as mãos e iluminou os pastorinhos, pela segunda vez, com o reflexo dessa luz imensa. Nela eles sentiram-se como que envolvidos por Deus.
À frente da palma da mão direita de Nossa Senhora, estava um Coração cercado de espinhos, que pareciam estar cravados nele. Os três pastorinhos compreenderam que era o Imaculado Coração de Maria, ofendido pelos pecados da humanidade, que queriam ser reparados.
Nossa Senhora, envolta ainda na luz que dEla irradiava, elevou-se sem esforço, suavemente, até desaparecer.


Terceira Aparição de Nossa Senhora de Fátima


Dia 13 de Julho de 1917.





Representação da visão do inferno, descrita por Nossa Senhora aos pastorinhos durante a terceira aparição 
Uma nuvenzinha pairou sobre a azinheira. O sol se ofuscou. Uma brisa fresca soprou sobre a terra, apesar de ser o auge do verão. Os pastorinhos viram o reflexo da luz – como nas aparições anteriores – e, em seguida, viram Nossa Senhora sobre a arvorezinha chamada azinheira.
Então, Lúcia pergunta a Nossa Senhora:
Lúcia: Vossemecê que me quer?
Nossa Senhora: Quero que venham aqui no dia 13 do mês que vêm, que continuem a rezar o Terço todos os dias, em honra de Nossa Senhora do Rosário, para obter a paz do mundo e o fim da guerra, porque só Ela lhes poderá valer”.
Lúcia: Queria pedir-lhe para nos dizer quem é, e para fazer um milagre, com que todos acreditem que vossemecê nos aparece.
Nossa Senhora: Continuem a vir aqui todos os meses. Em Outubro direi quem sou, o que quero, e farei um milagre, que todos hão de ver para acreditarem.
Lúcia fez alguns pedidos de conversões, de curas e de outras graças.
Nossa Senhora responde recomendando sempre a reza do Terço, que assim alcançariam as graças durante o ano.
Depois acrescentou:
Nossa Senhora: “Sacrificai-vos pelos pecadores e dizei muitas vezes, e em especial sempre que fizerdes algum sacrifício:
Ó Jesus, é por Vosso amor, pela conversão dos pecadores, e em reparação pelos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria”.
Ao dizer estas últimas palavras, abriu de novo as mãos, como nos meses anteriores.
“O reflexo de luz (que delas saía) pareceu penetrar na terra. E vimos como que um grande mar de fogo. E, mergulhados nesse fogo, estavam os demônios e as almas, como se fossem brasas transparentes e negras ou bronzeadas, com forma humana, que flutuavam no incêndio, levadas pelas chamas que delas mesmas saíam, juntamente com nuvens de fumo, caindo para todos os lados – semelhante ao cair das fagulhas nos grandes incêndios – sem peso nem equilíbrio, entre gritos e gemidos de dor e desespero, que horrorizavam e faziam estremecer de pavor. Os demônios distinguiam-se por formas horríveis e asquerosas de animais espantosos e desconhecidos, mas transparentes como negros carvões em brasa.
A visão durou apenas um momento, durante o qual Lúcia soltou um
Lúcia: “Ai!”
Assustados, e como a pedir socorro, as três crianças levantaram os olhos para Nossa Senhora, que lhes disse, com bondade e tristeza:
Nossa Senhora: “Vistes o inferno, para onde vão as almas dos pobres pecadores. Para salvá-las, Deus quer estabelecer no mundo a devoção ao Meu Imaculado Coração.
Se fizerem o que eu vos disser, salvar-se-ão muitas almas e terão paz. A guerra vai acabar. Mas, se não deixarem de ofender a Deus, no reinado de Pio XI começará outra pior. Quando virdes uma noite iluminada por uma luz desconhecida, sabei que é o grande sinal que Deus vos dá, de que vai punir o mundo de seus crimes, por meio da guerra, da fome, e de perseguições à Igreja e ao Santo Padre. Para impedir isso, virei pedir a consagração da Rússia ao meu Imaculado Coração, e a Comunhão Reparadora nos Primeiros Sábados. Se atenderem a meus pedidos, a Rússia se converterá e terão paz. Se não, espalhará os seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja. Os bons serão martirizados. O Santo Padre terá muito que sofrer. Várias nações serão aniquiladas.Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará. O Santo Padre consagrar-me-á a Rússia, que se converterá, e será concedido ao mundo algum tempo de paz. Em Portugal, conservar-se-á sempre o dogma da Fé. Isto não digais a ninguém. Ao Francisco sim, podeis dizê-lo.
E, passados uns instantes, Nossa Senhora disse aos pastorinhos:
Nossa Senhora: Quando rezardes o terço, dizei depois de cada mistério: Ó meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno, levai as almas todas para o Céu, principalmente aquelas que mais precisarem”.
Lúcia: “Vossemecê não me quer mais nada? “
Nossa Senhora: Não, hoje não te quero mais nada”.
E, como de costume, Nossa Senhora começou a elevar-se até desaparecer no céu. Ouviu-se, então, uma espécie de novo trovão, indicando que a aparição tinha terminado.

Quarta Aparição de Nossa Senhora de Fátima


Dia 15 de Agosto de 1917.





Quarta aparição: Lúcia, sentindo que alguma coisa de
sobrenatural se aproximava
e os envolvia, mandou
chamar Jacinta às pressas 
Lúcia estava com Francisco e mais um primo, no local chamado Valinhos – uma propriedade de um de seus tios – quando, pelas 4 horas da tarde, começaram a se produzir as alterações atmosféricas que precediam as aparições de Nossa Senhora na Cova da Iria. Ou seja, um súbito refrescar da temperatura e uma diminuição da luz do sol.
Lúcia, sentindo que alguma coisa de sobrenatural se aproximava e os envolvia, mandou chamar às pressas Jacinta, a qual chegou em tempo para ver Nossa Senhora que
– anunciada, como das outras vezes, por um reflexo de luz – apareceu sobre a árvore chamada azinheira, um pouco maior que a da Cova da Iria, onde tinham-se dado as aparições anteriores.
Lúcia pergunta a Nossa Senhora:
Lúcia: “Que é que Vossemecê me quer?”
Nossa Senhora: “Quero que continueis a ir à Cova da Iria no dia 13, e que continueis a rezar o terço todos os dias. No último mês farei o milagre para
que todos acreditem”.
Lúcia: “Que é que Vossemecê quer que se faça do dinheiro que o povo deixa na Cova da Iria?”
Nossa Senhora: “Façam dois andores. Um, leva-o tu com a Jacinta, e mais duas meninas vestidas de branco. O outro, que o leve o Francisco com mais três meninos. O dinheiro dos andores é para a festa de Nossa Senhora do Rosário, e o que sobrar, é para a ajuda de uma capela que hão de mandar fazer”.
Lúcia: “Queria pedir-Lhe a cura de alguns doentes”.
Nossa Senhora: “Sim, alguns curarei durante o ano”
E, tomando um aspecto mais triste, recomendou-lhes que rezassem muito pelos pecadores:
Nossa Senhora: “Rezai, rezai muito, e fazei sacrifícios pelos pecadores; que vão muitas almas para o inferno por não haver quem se sacrifique e peça por elas”.
E, como de costume começou a elevar-se até desaparecer. Os pastorinhos cortaram ramos da árvore sobre a qual Nossa Senhora lhes tinha aparecido e levaram para casa os ramos exalavam um perfume suave.

Quinta Aparição de Nossa Senhora de Fátima


Dia 13 de Setembro de 1917.





Nossa Senhora de Fátima confiou três segredos à Lúcia, que continuou A servindo até o fim de sua vida. 
Como das outras vezes uma série de fenômenos atmosféricos foram observados pelas pessoas que tinham ido à Cova da Iria. Calculou-se que estavam presentes entre 15 e 20 mil pessoas.
O súbito refrescar da atmosfera, o empalidecer do sol até o ponto de se verem as estrelas, uma espécie de chuva como que de pétalas ou flocos de neve, que desapareciam antes de pousarem na terra.
E desta vez, foi notado um globo luminoso, que se movia, lenta e majestosamente pelo céu de um para outro. E que, no final da aparição, moveu-se em sentido contrário.
Os três pastorinhos notaram, como de costume, o reflexo de uma luz e, a seguir, viram Nossa Senhora sobre a azinheira.
Nossa Senhora: “Continuem a rezar o Terço para alcançarem o fim da guerra. Em Outubro virá também Nosso Senhor, Nossa Senhora das Dores e do Carmo, São José com o Menino Jesus, para abençoarem o mundo. Deus está contente com
os vossos sacrifícios, mas não quer que durmais com a corda, trazei-a só durante o dia”.
Lúcia: “Têm-me pedido para Lhe pedir muitas coisas: cura de alguns doentes, de um surdo-mudo”
Nossa Senhora: “Sim, alguns curarei, outros não. Em Outubro farei um milagre para que todos acreditem.
E, começando a elevar-se, desapareceu como de costume.

Sexta Aparição de Nossa Senhora de Fátima



Dia 13 de Outubro.





A multidão assistiu, impressionada, ao
extraordinário Milagre do Sol. Uma grande multidão rezava o Terço na Cova da Iria. Os três pastorinhos notaram o reflexo de uma luz e, em seguida, viram Nossa Senhora sobre a azinheira.
Lúcia: “Que É que Vossemecê me quer?
Nossa Senhora: “Quero dizer-te que em Minha honra, que sou a Senhora do Rosário, que continuem sempre a rezar o Terço todos os dias. A guerra vai acabar e os militares voltarão em breve para suas casas”
Lúcia: “Eu tinha muitas coisas para Lhe pedir. Se curava uns doentes e se convertia uns pecadores...
Nossa Senhora: “Uns sim, outros não. É preciso que se emendem, que peçam perdão dos seus pecados”.
E, tomando um aspecto mais triste, disse:
Nossa Senhora: “Não ofendam mais a DEUS Nosso Senhor, que já está muito ofendido”.
Em seguida, Nossa Senhora abrindo as mãos fez que elas se refletissem no sol, e começou a se elevar para o Céu.
Nesse momento, Lúcia apontou para o céu e gritou:
Lúcia: “Olhem para o sol!”
A multidão assistiu, então, ao grande milagre do sol. Enquanto isso, os pastorinhos viram São José com o Menino Jesus, e Nossa Senhora do Rosário. Era a Sagrada Família. A Virgem estava vestida de branco, com um manto azul. São José também estava vestido de branco, e o Menino Jesus de vermelho claro. São José abençoou a multidão, traçando três vezes o Sinal da Cruz. O Menino Jesus fez o mesmo. Lúcia então, teve a visão de Nossa Senhora das Dores, e de Nosso Senhor, acabrunhado de dor, no caminho do Calvário. Nosso Senhor traçou um Sinal da Cruz para abençoar o povo. Finalmente apareceu, numa visão gloriosa, Nossa Senhora do Carmo, coroada Rainha do Céu e da Terra, com o Menino Jesus ao colo. Enquanto os pastorinhos tinham essa visão, a grande multidão de quase 70 mil pessoas, assistiu ao milagre do sol.
Tinha chovido durante toda a aparição. Mas, no momento em que a Santíssima Virgem desaparecia, e que Lúcia gritou “olhem para o sol!”, as nuvens se entreabriram, deixando ver o sol como um imenso disco de prata. Brilhava com intensidade jamais vista, mas não cegava. A imensa bola começou a “bailar”. Como uma gigantesca roda de fogo, girava rapidamente. Parou por um certo tempo, mas, em seguida, começou a girar sobre si mesmo, vertiginosamente. Depois, seus bordos tornaram-se vermelhos, e deslizou no céu, como um redemoinho, espargindo chamas de fogo.
Essa luz refletia-se no solo, nas árvores, nos arbustos, nas próprias faces das pessoas e nas roupas, tomando tonalidades brilhantes e diferentes cores. Em seguida, por três vezes ficou animado de um movimento rápido. O globo de fogo pareceu tremer, sacudir-se e precipitar-se em ziguezague sobre a multidão aterrorizada. Durou tudo uns dez minutos. Finalmente o sol voltou em ziguezague para o ponto de onde se tinha precipitado, e ficou novamente tranqüilo e brilhante, com o mesmo brilho de todos os dias. Muitas pessoas notaram que suas roupas, ensopadas pela chuva, tinham secado subitamente. O milagre do sol foi visto, também, por numerosas testemunhas que estavam fora do local das aparições, até a 40 quilômetros de distância. O jornal “o século” de grande circulação em Portugal, documentou esse espetacular milagre do sol, e publicou uma grande reportagem sobre esse impressionante acontecimento.

domingo, 12 de maio de 2013

Mensagem do Papa para o 47º Dia Mundial das Comunicações Sociais celebrado em 12 de maio


Redes sociais: portais de verdade e de fé; novos espaços de evangelização

[12 de Maio de 2013] 



Amados irmãos e irmãs,

Encontrando-se próximo o Dia Mundial das Comunicações Sociais de 2013, desejo oferecer-vos algumas reflexões sobre uma realidade cada vez mais importante que diz respeito à maneira como as pessoas comunicam actualmente entre si; concretamente quero deter-me a considerar o desenvolvimento das redes sociais digitais que estão a contribuir para a aparição duma nova ágora, duma praça pública e aberta onde as pessoas partilham ideias, informações, opiniões e podem ainda ganhar vida novas relações e formas de comunidade.

Estes espaços, quando bem e equilibradamente valorizados, contribuem para favorecer formas de diálogo e debate que, se realizadas com respeito e cuidado pela privacidade, com responsabilidade e empenho pela verdade, podem reforçar os laços de unidade entre as pessoas e promover eficazmente a harmonia da família humana. A troca de informações pode transformar-se numa verdadeira comunicação, os contactos podem amadurecer em amizade, as conexões podem facilitar a comunhão. Se as redes sociais são chamadas a concretizar este grande potencial, as pessoas que nelas participam devem esforçar-se por serem autênticas, porque nestes espaços não se partilham apenas ideias e informações, mas em última instância a pessoa comunica-se a si mesma.

O desenvolvimento das redes sociais requer dedicação: as pessoas envolvem-se nelas para construir relações e encontrar amizade, buscar respostas para as suas questões, divertir-se, mas também para ser estimuladas intelectualmente e partilhar competências e conhecimentos. Assim as redes sociais tornam-se cada vez mais parte do próprio tecido da sociedade enquanto unem as pessoas na base destas necessidades fundamentais. Por isso, as redes sociais são alimentadas por aspirações radicadas no coração do homem.

A cultura das redes sociais e as mudanças nas formas e estilos da comunicação colocam sérios desafios àqueles que querem falar de verdades e valores. Muitas vezes, como acontece também com outros meios de comunicação social, o significado e a eficácia das diferentes formas de expressão parecem determinados mais pela sua popularidade do que pela sua importância intrínseca e validade. E frequentemente a popularidade está mais ligada com a celebridade ou com estratégias de persuasão do que com a lógica da argumentação. Às vezes, a voz discreta da razão pode ser abafada pelo rumor de excessivas informações, e não consegue atrair a atenção que, ao contrário, é dada a quantos se expressam de forma mais persuasiva. Por conseguinte os meios de comunicação social precisam do compromisso de todos aqueles que estão cientes do valor do diálogo, do debate fundamentado, da argumentação lógica; precisam de pessoas que procurem cultivar formas de discurso e expressão que façam apelo às aspirações mais nobres de quem está envolvido no processo de comunicação. Tal diálogo e debate podem florescer e crescer mesmo quando se conversa e toma a sério aqueles que têm ideias diferentes das nossas. «Constatada a diversidade cultural, é preciso fazer com que as pessoas não só aceitem a existência da cultura do outro, mas aspirem também a receber um enriquecimento da mesma e a dar-lhe aquilo que se possui de bem, de verdade e de beleza (Discurso no Encontro com o mundo da cultura, Belém, Lisboa, 12 de Maio de 2010).

O desafio, que as redes sociais têm de enfrentar, é o de serem verdadeiramente abrangentes: então beneficiarão da plena participação dos fiéis que desejam partilhar a Mensagem de Jesus e os valores da dignidade humana que a sua doutrina promove. Na realidade, os fiéis dão-se conta cada vez mais de que, se a Boa Nova não for dada a conhecer também no ambiente digital, poderá ficar fora do alcance da experiência de muitos que consideram importante este espaço existencial. O ambiente digital não é um mundo paralelo ou puramente virtual, mas faz parte da realidade quotidiana de muitas pessoas, especialmente dos mais jovens. As redes sociais são o fruto da interacção humana, mas, por sua vez, dão formas novas às dinâmicas da comunicação que cria relações: por isso uma solícita compreensão por este ambiente é o pré-requisito para uma presença significativa dentro do mesmo.

A capacidade de utilizar as novas linguagens requer-se não tanto para estar em sintonia com os tempos, como sobretudo para permitir que a riqueza infinita do Evangelho encontre formas de expressão que sejam capazes de alcançar a mente e o coração de todos. No ambiente digital, a palavra escrita aparece muitas vezes acompanhada por imagens e sons. Uma comunicação eficaz, como as parábolas de Jesus, necessita do envolvimento da imaginação e da sensibilidade afectiva daqueles que queremos convidar para um encontro com o mistério do amor de Deus. Aliás sabemos que a tradição cristã sempre foi rica de sinais e símbolos: penso, por exemplo, na cruz, nos ícones, nas imagens da Virgem Maria, no presépio, nos vitrais e nos quadros das igrejas. Uma parte consistente do património artístico da humanidade foi realizado por artistas e músicos que procuraram exprimir as verdades da fé.

A autenticidade dos fiéis, nas redes sociais, é posta em evidência pela partilha da fonte profunda da sua esperança e da sua alegria: a fé em Deus, rico de misericórdia e amor, revelado em Jesus Cristo. Tal partilha consiste não apenas na expressão de fé explícita, mas também no testemunho, isto é, no modo como se comunicam escolhas, preferências, juízos que sejam profundamente coerentes com o Evangelho, mesmo quando não se fala explicitamente dele (Mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais de 2011). Um modo particularmente significativo de dar testemunho é a vontade de se doar a si mesmo aos outros através da disponibilidade para se deixar envolver, pacientemente e com respeito, nas suas questões e nas suas dúvidas, no caminho de busca da verdade e do sentido da existência humana. A aparição nas redes sociais do diálogo acerca da fé e do acreditar confirma a importância e a relevância da religião no debate público e social.

Para aqueles que acolheram de coração aberto o dom da fé, a resposta mais radical às questões do homem sobre o amor, a verdade e o sentido da vida – questões estas que não estão de modo algum ausentes das redes sociais – encontra-se na pessoa de Jesus Cristo. É natural que a pessoa que possui a fé deseje, com respeito e tacto, partilhá-la com aqueles que encontra no ambiente digital. Entretanto, se a nossa partilha do Evangelho é capaz de dar bons frutos, fá-lo em última análise pela força que a própria Palavra de Deus tem de tocar os corações, e não tanto por qualquer esforço nosso. A confiança no poder da acção de Deus deve ser sempre superior a toda e qualquer segurança que possamos colocar na utilização dos recursos humanos. Mesmo no ambiente digital, onde é fácil que se ergam vozes de tons demasiado acesos e conflituosos e onde, por vezes, há o risco de que o sensacionalismo prevaleça, somos chamados a um cuidadoso discernimento. A propósito, recordemo-nos de que Elias reconheceu a voz de Deus não no vento impetuoso e forte, nem no tremor de terra ou no fogo, mas no «murmúrio de uma brisa suave» (1 Rs 19, 11-12). Devemos confiar no facto de que os anseios fundamentais que a pessoa humana tem de amar e ser amada, de encontrar um significado e verdade que o próprio Deus colocou no coração do ser humano, permanecem também nos homens e mulheres do nosso tempo abertos, sempre e em todo o caso, para aquilo que o Beato Cardeal Newman chamava a luz gentil da fé.

As redes sociais, para além de instrumento de evangelização, podem ser um fator de desenvolvimento humano. Por exemplo, em alguns contextos geográficos e culturais onde os cristãos se sentem isolados, as redes sociais podem reforçar o sentido da sua unidade efetiva com a comunidade universal dos fiéis. As redes facilitam a partilha dos recursos espirituais e litúrgicos, tornando as pessoas capazes de rezar com um revigorado sentido de proximidade àqueles que professam a sua fé. O envolvimento autêntico e interativo com as questões e as dúvidas daqueles que estão longe da fé, deve-nos fazer sentir a necessidade de alimentar, através da oração e da reflexão, a nossa fé na presença de Deus e também a nossa caridade operante: Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, sou como um bronze que soa ou um címbalo que retine (1 Cor 13, 1).

No ambiente digital, existem redes sociais que oferecem ao homem actual oportunidades de oração, meditação ou partilha da Palavra de Deus. Mas estas redes podem também abrir as portas a outras dimensões da fé. Na realidade, muitas pessoas estão a descobrir – graças precisamente a um contacto inicial feito on line – a importância do encontro directo, de experiências de comunidade ou mesmo de peregrinação, que são elementos sempre importantes no caminho da fé. Procurando tornar o Evangelho presente no ambiente digital, podemos convidar as pessoas a viverem encontros de oração ou celebrações litúrgicas em lugares concretos como igrejas ou capelas. Não deveria haver falta de coerência ou unidade entre a expressão da nossa fé e o nosso testemunho do Evangelho na realidade onde somos chamados a viver, seja ela física ou digital. Sempre e de qualquer modo que nos encontremos com os outros, somos chamados a dar a conhecer o amor de Deus até aos confins da terra.

Enquanto de coração vos abençoo a todos, peço ao Espírito de Deus que sempre vos acompanhe e ilumine para poderdes ser verdadeiramente arautos e testemunhas do Evangelho. Ide pelo mundo inteiro, proclamai o Evangelho a toda a criatura (Mc 16, 15).



BENEDICTUS PP. XVI

Feliz dias das Mães

Mãe de Deus, Nossa Senhora, interceda por todas as mães nas suas mais diversas necessidades. Que o amor e a generosidade do coração de todas elas sejam os exemplos de permanecerem sempre no coração de todos os filhos.

Mãe querida, ajuda todas as mães que geraram os seus filhos para a vida, gerarem também para a graça, Virgem Maria, modelo de mulher santa, faça que todas as mulheres saibam ser no mundo um sinal da presença materna de Deus.

Amém!