Caríssimos irmãos (as) graça e paz!
É festa de Maria mãe da alegria, tempo para todo coração devoto exultar de corpo e alma em nosso salvador. Experimentar essa feliz sorte, é um presente oferecido somente aos que creem e olham com carinho para a maternal presença de Deus no mundo na pessoa de Maria Senhora nossa, mãe do Senhor nosso. Nossa história nos põe diante desta convicta e alicerçada devoção que o povo rio-larguense tem à senhora da Imaculada Conceição, e devoção implica em compromisso.
A Virgem Mãe de Deus nos motiva à missão. Maria vê que o nosso chão, cansado e martirizado pela opressão, carece de novos passos que somados aos passos de seu Filho, plantem a semente da esperança, que floresce em cada nova aurora. O Papa Francisco tem nos impulsionado dizendo que a vocação de todo discípulo é plantar a semente da alegria que é o evangelho de Jesus Cristo (EG, 3), e não é possível fazê-lo sem caminhar com ele, o discipulado é consequência da união com o mestre. E quem melhor que Maria foi discípulo (a)?
A menina de Nazaré, humildemente acolheu a vontade de Deus e seu desígnio de salvação, no sim de Maria toda a humanidade foi recompensada, realizou-se o cumprimento da promessa de Deus, desde os primeiros séculos (Dt. 10 21). Solícita e convicta ela assume na vida a bem-aventurança que todo homem deseja, e por Isabel lhe diz: “Feliz aquela que creu, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido” (Lc 2, 45). Esta dádiva de Deus em seu favor, a faz cantar em gratidão.
O Magnificat de Maria é um canto de amor, que une a realidade de sofrimento de um povo e o olhar misericordioso de Deus que quer salvá-los. Os pobres são saciados, os oprimidos favorecidos, os humilhados exaltados pelo amor para viverem no amor. Essa é a forma que Deus age, e também é a forma do agir de Jesus, nela que se reconhecem a misericórdia e a fidelidade para com o povo que o teme e o serve. “O cântico de Maria está entre o tempo da espera e o tempo da realização.”
Essa profecia nos faz recordar a situação de nossa querida e amada Rio Largo, que vive a esperar tempos melhores onde todos sejam favorecidos, onde a paz seja vivida e não somente clamada, onde o amor fale mais alto que a violência, onde o pobre não morra mais por causa da ambição, onde o Deus da vida tenha lugar. Deus lembra para sempre do seu povo, o seu silencio em nossos dias de aflição nos indica que nos esquecemos de realizar algo, e como não há alegria onde falta vinho, nossa missão de cristãos, assim como a de Maria, é perceber as necessidades do outro e agir, pregar, lutar para promover a justiça e acolher os outros bens gerados por ela.
A Igreja só poderá viver a alegria do evangelho, quando o evangelho for reconhecido por cada um de nós como mensagem que alegra o mundo. Deus espera que aprendemos com Ele o jeito de ser, isso Jesus Cristo já nos ensinou, hoje somos instrumentos para que se realize na história a libertação de todo o mal. Ademais, se cantamos calorosos “como Igreja vou ter trato fino, ser cristão e viver a verdade” é por que o nosso coração deseja esta afirmação, feliz que souber vive-la no cotidiano, mais feliz ainda quem converter outros tantos a viver esta verdade de fé.
Façamos neste tempo festivo nossa reflexão de fé, abramos nosso coração e nossa alma à promessa de Deus, ouçamos com atenção o Evangelho que alegra o mundo, sejamos servos como Maria, o novo tempo depende disto.
Mãe de Deus, Mãe de Deus, Maternal Conceição, ensina-nos a reconhecer a alegria do evangelho, e alegres em teu Filho, sejamos espelhos dele para o mundo! Amém.
Frei Alisson Paulo A. Gomes, OSA
“In verbo autem tuo”