quinta-feira, 28 de junho de 2012

Catequese de Bento XVI: Oração nas Cartas de Paulo


                                                                        CATEQUESE
                                                                 Sala Paulo VI, Vaticano
                                                        Quarta-feira, 27 de junho de 2012



Querido irmãos e irmãs.
Nossa oração é feita, como vimos na quarta-feira passada, de silêncio e palavra, de canto e de gestos que envolvem a pessoa inteira: da boca à mente, do coração ao corpo inteiro. É uma característica que encontramos na oração hebraica, especialmente nos Salmos.
Hoje gostaria de falar sobre um dos cantos ou hinos mais antigos da tradição cristã, que São Paulo nos apresenta como aquele que é, de certo modo, o seu testamento espiritual: A Carta aos Filipenses. Trata-se, de fato, de uma Carta que o Apóstolo ditou na prisão, talvez em Roma. Ele sente que a morte se aproxima porque afirma que a vida será oferecida como libação (cf. Fil 2,17).
Apesar desta situação de grande perigo para sua integridade física, São Paulo, em tudo que escreveu expressa sua alegria de ser discípulo de Cristo, de poder ir ao Seu encontro, até o ponto de ver a morte não como uma perda, mas como ganho.
No último capítulo da Carta há um forte convite à alegria, característica fundamental do ser cristão e da nossa oração. São Paulo escreve: “alegrai-vos sempre no Senhor. Repito: alegrai-vos (Fl 4,4).
Mas como é possível se alegrar diante de uma condenação à morte então iminente? De onde, ou melhor, de quem São Paulo atrai a serenidade, a força e a coragem para ir ao encontro do martírio e do derramamento de sangue?
Encontramos a resposta no centro da Carta aos Filipenses, naquilo que a tradição cristã denomina “carmen Christo”, o canto para Cristo, ou mais comumente chamado “hino cristológico”; um canto no qual toda a atenção está centrada sobre os “sentimentos” de Cristo Jesus (Fl 2,5).
Estes sentimentos são apresentados nos versículos sucessivos: o amor, a generosidade, a humildade, a obediência a Deus, o dom de si. Trata-se não só e não simplesmente de seguir o exemplo de Jesus, como uma coisa moral, mas de envolver toda a existência no seu modo de pensar e agir.
A oração deve conduzir a um conhecimento e a uma união no amor sempre mais profundo com o Senhor, para poder pensar, agir e amar como Ele, Nele e por Ele. Exercer isso, aprender os sentimentos de Jesus, é o caminho da vida cristã.
Agora, eu gostaria de explanar brevemente alguns elementos deste denso canto, que reassume todo o itinerário divino e humano do Filho de Deus e engloba toda a história humana: do ser na condição de Deus, à encarnação, à morte de cruz e à exaltação na glória do Pai está implícito também no comportamento de Adão, do homem no início.
Este hino a Cristo parte do seu ser “en morphe tou Theou”, diz o texto grego, isto é, de estar na “forma de Deus”, ou melhor, na condição de Deus. Jesus, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, não vive o seu “ser como Deus” para triunfar ou para impor sua supremacia, não o considera um poder, um privilégio ou um tesouro invejável.
Na verdade, “despiu-se”, esvaziou-se de si assumindo, como diz o texto grego, a “morphe doulos”, a “forma de escravo”, a realidade humana marcada pelo sofrimento, pela pobreza, pela morte, assimilou-se plenamente aos homens, exceto no pecado, agindo assim como verdadeiro servo a serviço dos outros.
Neste sentido, Eusébio de Cesaréia, no século IV, afirma: “Ele tomou sobre si as fadigas daqueles que sofrem. Fez suas as nossas doenças humanas. Sofreu e passou por tribulações por nossa causa: isso em conformidade com seu grande amor pela humanidade” (A demonstração evangélica, 10, 1, 22).
São Paulo continua traçando o quadro “histórico” no qual se realizou esta inclinação de Jesus: “humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte (Fl 2,8). O Filho de Deus se tornou verdadeiro homem e cumpriu um caminho na completa obediência e fidelidade à vontade do Pai até o sacrifício supremo da própria vida. Ainda mais, o Apóstolo especifica “até a morte, e uma morte de cruz”.
Sobre a Cruz, Jesus Cristo chegou ao máximo grau da humilhação, porque a crucificação era a pena reservada aos escravos e não às pessoas livres: “mors turpissima crucis”, escreve Cícero (cfr In Verrem, V, 64, 165).
Na Cruz de Cristo, o homem é redimido e a experiência de Adão é remediada: Adão, criado a imagem e semelhança de Deus, afirma ser como Deus com suas próprias forças, coloca-se no lugar de Deus e assim perde sua dignidade original que lhe foi dada.
Jesus, em vez, estava “na condição de Deus”, mas inclinou-se, colocou-se na condição humana, na total fidelidade ao Pai, para redimir o Adão que está em nós e devolver ao homem a dignidade que havia perdido.
Os padres destacam que Ele se fez obediente, restituindo à natureza humana, através de Sua humildade e obediência, aquilo que foi perdido por causa da desobediência de Adão.
Na oração, no relacionamento com Deus, nós abrimos a mente, o coração e a vontade à ação do Espírito Santo para entrar naquela mesma dinâmica de vida, como afirma São Cirilo de Alexandria, o qual celebramos a festa hoje: “A obra do Espírito busca transformar por meio da graça na cópia perfeita de sua humilhação” (Carta Festiva 10, 4).
A lógica humana, em vez, busca muitas vezes a autorrealização no poder, no domínio, nos meios potentes. O homem continua querendo construir com as próprias forças a torre de Babel para chegar à mesma altura de Deus, para ser como Deus.
A Encarnação e a Cruz nos recordam que a plena realização está no conformar a própria vontade humana àquela do Pai, no esvaziar-se do próprio egoísmo para encher-se do amor e da caridade de Deus e, assim, tornar-se realmente capaz de amar os outros.
O homem não encontra a si mesmo permanecendo fechado em si, afirmando-se. O homem encontra-se somente saindo de si mesmo; somente saindo de nós mesmos nos encontramos. E se Adão queria imitar a Deus, isto em si não é ruim, mas errou na ideia de Deus. Deus não é alguém que só quer grandeza. Deus é amor que se doa já na Trindade e depois na criação. E imitar a Deus quer dizer sair de si mesmo e doar-se no amor.
Na segunda parte deste “hino cristológico” da Carta aos Filipenses, o sujeito muda, já não é Cristo, mas é Deus Pai. São Paulo destaca que é justamente por obediência à vontade do Pai que “Deus o exautou soberanamente e lhe outorgou o nome que está acima de todos os nomes” (Fl 2,9).
Aquele que se inclinou profundamente tomando a condição de escravo é exaltado, elevado acima de todas as coisas pelo Pai, que lhe deu o nome de “Kyrios”, “Senhor”, a suprema dignidade e senhorio.
Diante deste novo nome, de fato, que é o próprio nome de Deus, no Antigo Testamento, “todo joelho se dobrará no céu, na terra e embaixo da terra, e toda língua proclamará: ‘Jesus Cristo é Senhor’, para a glória de Deus Pai” (vv. 10-11).
O Jesus que é exaltado é aquele da Última Ceia que põe de lado suas vestes, pega uma toalha, abaixa-se para lavar os pés dos Apóstolos e pergunta a eles: “Sabeis o que vos fiz? Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque eu o sou. Logo, se eu, vosso Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar-vos os pés uns dos outros (Jo 13,12-14).
Isso é importante recordar sempre na nossa oração e na nossa vida: “a ascensão a Deus está justamente na descida ao humilde serviço, descida do amor, que é a essência de Deus e, portanto, a verdadeira força purificadora que permite ao homem perceber e ver Deus” (Jesus de Nazaré, Milão, 2007, p. 120).
O hino da Carta aos Filipenses nos oferece aqui duas indicações importantes para a nossa oração. A primeira é a invocação “Senhor” direcionada a Jesus Cristo, sentado à direita do Pai: é Ele o único Senhor da nossa vida, em meio a tantos “dominadores” que querem dirigir e guiar.
Por isso, é necessário ter uma escala de valores na qual em primeiro lugar está Deus, para afirmar como São Paulo: “julgo como perda todas as coisas, em comparação com esse bem supremo: o conhecimento de Jesus Cristo, meu Senhor” (Fl 3,8). O encontro com o Ressuscitado lhe fez compreender que é Ele o único tesouro pelo qual vale a pena gastar a própria existência.
A segunda indicação é a prostração, o "dobrar os joelhos" na terra e no céu, que recorda uma expressão do Profeta Isaías, onde indica a adoração que todas as criaturas devem a Deus (cfr 45,23). O ajoelhar-se diante do Santíssimo Sacramento ou colocar-se de joelhos na oração expressa justamente a atitude de adoração diante de Deus, também com o corpo.
Daí a importância de fazer isso não por hábito, com pressa, mas com profunda consciência. Quando nos ajoelhamos diante do Senhor, nós professamos a nossa fé Nele, reconhecemos que é Ele o único Senhor da nossa vida.
Queridos irmãos e irmãs, na nossa oração fixemos o nosso olhar sobre o Crucifixo, detamo-nos em adoração mais vezes diante da Eucaristia, para colocar a nossa vida no amor de Deus, que se inclinou com humildade para elevar-nos até Ele.
No início da catequese nos perguntamos como São Paulo podia se alegrar diante do risco iminente do martírio e do derramamento de seu sangue. Isso é possível somente porque o Apóstolo nunca afastou seu olhar de Cristo tornando-se semelhante a ele na morte, “com a esperança de conseguir a ressurreição dentre os mortos” (Fl 3,11).
Como São Francisco diante do crucifixo, digamos também nós: Grande e magnífico Deus, iluminai o meu espírito e dissipai as trevas de minha alma; dai-me uma fé íntegra, uma esperança firme e uma caridade perfeita, para poder agir sempre segundo os vossos ensinamentos e de acordo com a vossa santíssima vontade. Amém! (cfr Oração diante do Crucifixo: FF [276]).

Síntese da catequese e saudação do Papa em português
Queridos irmãos e irmãs,

Na oração, abrimos a mente, o coração e a vontade ao Espírito Santo, para fazer entrar a nossa existência na mesma dinâmica de amor que viveu Jesus. Sendo Deus, despojou-Se da sua glória, para Se fazer homem como nós e, assim, nos elevar até Deus. Esta epopéia de amor é celebrada num dos hinos mais antigos da tradição cristã: o chamado “hino cristológico”, que São Paulo nos deixou com esta exortação: “Tende em vós os mesmos sentimentos que havia em Cristo Jesus”. Foi pela sua amorosa obediência à vontade do Pai até à suprema humilhação da Cruz, que «Deus O exaltou e Lhe deu um Nome que está acima de todos os nomes»: Jesus é Senhor. A sua encarnação e a sua cruz recordam-nos que a plena realização está na conformação da própria vontade humana com a do Pai do Céu. Para isso é necessário adotar uma escala de valores, cujo primado seja dado a Deus como o único tesouro pelo qual vale a pena gastar a própria vida.
Amados peregrinos de Teresina e de São João da Madeira e todos os presentes de língua portuguesa, a minha saudação amiga! Possa esta vossa vinda a Roma cumprir-se nas vestes de um verdadeiro peregrino que, sabendo de não possuir ainda o seu Bem maior, se põe a caminho, decidido a encontrá-Lo! Sabei que Deus Se deixa encontrar por quantos assim O procuram; com Ele, a vossa vida não pode deixar de ser feliz. Sobre vós e vossas famílias, desça a minha Bênção.

  

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Aviso!

Nessa semana (dia 30/06), haverá o Arraiá das Comunidades: "De bem com a Vida". Que será realizado na Quadra Municipal Luís Alves da Silva. A partir das 21 horas.
Os ingressos estão sendo vendidos na secretaria da Paróquia. Com o valor de: R$ 20, 00 a mesa. E R$ 5, 00 o individual. E toda renda será revertida para a construção da Igreja de Nossa Senhora Aparecida. Haverá barracas com comidas típicas e forró pé de serra. Vamos lotar e fazer uma festa bonita para Deus!

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Catequese de Bento XVI: Oração nas Cartas de Paulo


                                                              Sala Paulo VI, Vaticano
                                                      Quarta-feira, 20 de junho de 2012


Queridos irmãos e irmãs,

a nossa oração muitas vezes é um pedido de ajuda às necessidades. E é também normal para o homem, porque precisamos de ajuda, precisamos dos outros, precisamos de Deus. Assim, para nós é normal pedir a Deus alguma coisa, buscar a ajuda Dele; e devemos ter presente que a oração que o Senhor nos ensinou, o “Pai Nosso”, é uma oração de pedido, e com esta oração, o Senhor nos ensina as prioridades da nossa oração, limpa e purifica os nossos desejos e, assim, limpa e purifica o nosso coração.
Assim, por si mesmo, é normal que na oração peçamos alguma coisa, mas não deveria ser exclusivamente assim. Existe ainda motivo de agradecimento e devemos ser um pouco atentos para ver que de Deus recebemos tantas coisas boas: é tão bom para conosco que é conveniente, é necessário, dizer obrigado.
E deve ser também uma oração de louvor: se nosso coração está aberto, vemos, mesmo diante de todos os problemas, também a beleza de Sua criação, a bondade que se vê em Sua Criação. Portanto, devemos não somente pedir, mas também louvar e agradecer: somente assim nossa oração está completa.
Em suas Cartas, São Paulo não só fala da oração, mas mostra a oração certamente também como agradecimento, louvor e benção por tudo aquilo que Deus operou e continua a realizar na história da humanidade.
E hoje, gostaria de destacar o primeiro capítulo da Carta aos Efésios, que inicia justamente com uma oração, que é um hino de benção, uma expressão de agradecimento, de alegria. São Paulo bendiz Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, porque Nele nos fez “conhecer o mistério de sua bondade” (Ef 1,9).
Realmente existe motivo de agradecimento se Deus nos faz conhecer aquilo que era desconhecido: a sua vontade conosco, para nós; “o mistério de sua vontade”. “Mysterion”, “Mistério”: um termo mencionado muitas vezes na Sagrada Escritura e na Liturgia. Não gostaria agora de abordar a filosofia, mas a linguagem comum indicada quando não se pode conhecer, uma realidade que não podemos afirmar com nossa própria inteligência.
O hino que abre a Carta aos Efésios nos conduz pela mão em direção a um significado mais profundo deste termo da realidade que nos indica. Para os crentes, “mistério” não é tanto o desconhecido, mas antes a vontade misericordiosa de Deus, o seu designo de amor que em Jesus Cristo foi revelado plenamente e nos oferece a possibilidade de, “com todos os cristãos, compreender qual seja a largura, o comprimento, a altura e a profundidade, isto é, conhecer a caridade de Cristo” (Ef 3,18-19). O “mistério desconhecido” de Deus é revelado, ele é que Deus nos ama e nos ama desde o início da eternidade.
Paremos um pouco aqui sobre esta solene e profunda oração. “Bendito seja Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo” (Ef 1,3). São Paulo usa o verbo “euloghein”, que geralmente traduz o termo hebraico “barak”: é o louvar, glorificar, agradecer Deus Pai como fonte dos bens da salvação, como Aquele que “nos abençoou com toda a bênção espiritual em Cristo”.
O apóstolo agradece e louva, mas reflete também sobre os motivos que impulsionam o homem a este louvor, a este agradecimento, apresentando os elementos fundamentais do plano divino e suas etapas.
Antes de tudo, devemos bendizer Deus Pai, porque – assim escreve São Paulo – Ele “nos acolheu nele antes da criação do mundo para sermos santos e irrepreensíveis, diante de seus olhos” (v. 4).
Aquilo que nos faz santos e imaculados é a caridade. Deus nos chamou à existência, à santidade. E esta escolha precede a criação do mundo. Desde sempre estamos em seu designo, no seu pensamento. Com o profeta Jeremias podemos afirma também nós que antes de formar-nos no seio de nossa mãe, Ele já nos conhecia. (cfrJr 1,5); e conhecendo-nos, nos amou.
A vocação à santidade, isto é à comunhão com Deus, pertence ao designo eterno deste Deus, um designo que se estende na história e compreende todos os homens e mulheres do mundo, porque é um chamado universal.
Deus não exclui ninguém, o seu projeto é somente de amor. São João Crisóstomo afirma: “Deus mesmo nos fez santos, mas não somos chamados a permanecer santos. Santo é aquele que vive na fé” (Homilia sobre a Carta aos Efésios, 1,1,4).
São Paulo continua: Deus nos predestinou, nos elegeu a sermos “adotados como filhos seus por Jesus Cristo”, a sermos incorporados em seu Filho Unigênito. O apóstolo destaca a gratuidade deste maravilhoso designo de Deus sobre a humanidade. Deus nos escolhe não porque somos bons, mas porque Ele é bom.
E a antiguidade tinha uma palavra sobre a bondade: bonum est diffusivum sui; o bem se comunica, faz parte da essência do bem que se comunique, estenda-se. E assim, uma vez que Deus é bondade, é comunicação de bondade, desejo de comunicar; Ele cria, porque quer comunicar a sua bondade a nós e faze-nos bons e santos.
No cento da oração de benção, o Apóstolo explica o modo em que se realiza o plano de salvação do Pai em Cristo, em seu Filho amado. Escreve: “pelo seu sangue, temos a Redenção, a remissão dos pecados segundo as riquezas de sua graça” (Ef 1,7).
O sacrifício da cruz de Cristo é o evento único e irrepetível no qual o Pai mostrou de modo luminoso o seu amor por nós, não somente com palavras, mas de modo concreto. Deus é assim concreto e o seu amor é tão concreto que entra na história, se faz homem para sentir o que é, como é viver num mundo criado, e aceita o caminho de sofrimento da paixão, sofrendo também a morte.
É tão concreto o amor de Deus que participa não somente ao nosso ser, mas ao nosso sofrimento e morte. O Sacrifício da cruz faz com que nos tornemos “propriedade de Deus”, porque o sangue de Cristo nos tirou a culpa, nos lavou do mal, nos subtraiu da escravidão do pecado e da morte.
São Paulo convida a considerar o quanto é profundo o amor de Deus que transforma a história, que transformou sua própria vida, deixando de ser perseguidor de cristãos para ser Apóstolo incansável do Evangelho.
Repitamos ainda mais uma vez as palavras tranquilizadoras da Carta aos Romanos: “Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que não poupou seu próprio filho, mas que por nós o entregou, como não nos dará também com ele todas as coisas?... Pois estou persuadido de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem o presente, nem o futuro, nem as potestades, nem as alturas, nem os abismos, nem outra qualquer criatura nos poderá apartar do amor que Deus nos testemunha em Cristo Jesus, nosso Senhor (Rm8,31-32.38-39).
Nesta certeza – Deus é por nós, e nenhuma criatura pode nos separar Dele, porque o seu amor é mais forte – devemos inseri-la no nosso ser, na nossa consciência de cristãos.
Por fim, a benção divina se fecha com referência ao Espírito Santo que foi derramado em nossos corações; oParáclito que recebemos selo promotido: Ele – diz Paulo – “é o penhor da nossa herança, enquanto esperamos a completa redenção daqueles que Deus adquiriu para o louvor da sua glória” (Ef 1,14).
A redenção ainda não foi concluída – o sabemos –, mas terá seu pleno cumprimento quando aqueles que Deus adquiriu forem totalmente salvos. Nós estamos ainda no caminho da redenção, onde a realidade essencial é dada com a morte e ressurreição de Jesus. Estamos no caminho em direção a redenção definitiva, em direção a plena libertação dos filhos de Deus. E o Espírito Santo é a certeza que Deus portará o cumprimento de seu designo de salvação, quando reconduzirá a “Cristo todas as coisas, as que estão nos céus e as que estão na terra" (Ef 1,10).
São João Crisóstomo comenta sobre este ponto: “Deus nos elegeu pela fé e imprimiu em nós o selo para a heriditaridade da glória futura” (Homilia sobre a Carta aos Efésios 2,11-14). Devemos aceitar que o caminho da redenção é também um caminho nosso, porque Deus quer criaturas livres, que digam livremente ‘sim’; mas é, sobretudo e primeiramente, um caminho Seu. Estamos em Suas mãos e agora é nossa liberdade andar sobre a estrada aberta por Ele. Andemos sobre esta estrada da redenção, juntos a Cristo e sintamos que a redenção se realizará.
A visão que nos apresenta São Paulo nesta grande oração de benção nos conduziu a contemplar a ação das três Pessoas da Trindade: o Pai, que nos escolheu antes da criação do mundo, pensou em nós e nos criou; o Filho, quenos redimiu com o seu sangue, e o Espírito Santo, penhor de nossa redenção e glória futura.
Na oração constante, no relacionamento cotidiano com Deus, aprendemos também nós, como São Paulo, a vercada vez mais claramente os sinais deste projeto e desta ação: na beleza do Criador que tudo criou (cfr Ef 3,9), como canta São Francisco de Assis: “Louvado sejas, meu Senhor, com todas as Tuas criaturas (FF 263).
O importante é estarmos atentos justamente agora, também no período de férias, à beleza da criação e ver transparecer nesta beleza o rosto de Deus. Na vida deles, os santos mostram, de modo luminoso, o que pode fazer a potência de Deus na fraqueza do homem. E pode assim fazer conosco. Em toda a história da salvação, no qual Deus se aproximou de nós e espera pacientemente por nosso tempo, compreende as nossas infidelidades, incentiva os nossos esforços e nos guia.
Na oração, aprendemos a ver os sinais deste designo misericordioso no caminho da Igreja. Assim, crescemos no amor de Deus, abrindo a porta, a fim de que, a Santíssima Trindade venha habitar em nós, iluminando, aquecendo e guiando nossa existência.
“Se alguém me ama, guardará a minha palavra e meu Pai o amará, e nós viremos a ele e nele faremos nossa morada” (Jo 14,23), disse Jesus prometendo aos discípulos o dom do Espírito Santo, que ensinará cada coisa. São Irineu disse uma vez que, na Encarnação, o Espírito Santo se acostumou a estar no homem. Na oração, devemos nos habituar a estar com Deus. Isso é muito importante, que aprendamos a estar com Deus e, assim, vemos como é lindo estar com Ele, que é a redenção.
Queridos amigos, quando a oração alimenta a nossa vida espiritual nós nos tornamos capazes de conservar aquilo que São Paulo chama de “mistério da fé” numa consciência pura (cfr 1 Tm 3,9). A oração, como modo de “habituar-se” a estar junto de Deus, gera homens e mulher inspirados não pelo egoísmo, pelo desejo de possuir, pela sede de poder, mas pela gratuidade, pelo desejo de amar, pela sede de servir, inspirados, isto é, por Deus, e somente assim podem levar a luz à escuridão do mundo.
Gostaria de concluir esta Catequese com o epílogo da Carta aos Romanos. Com São Paulo, também nós rendemos glória a Deus porque disse-nos tudo sobre si em Jesus Cristo e dou-nos o Consolador, o Espírito de verdade. Escreve São Paulo no final da Carta aos Romanos: “Àquele que é poderoso para vos confirmar, segundo meu Evangelho, na pregação de Jesus Cristo – conforme a revelação do mistério, guardado em segredo durante séculos, mas agora manifestado por ordem do eterno Deus e, por meio das Escrituras Proféticas, dado a conhecer a todas as nações, a fim de levá-las à obediência da fé –, a Deus, único, sábio, por Jesus Cristo, glória por toda a eternidade! Amém” (16,25-27). Obrigado.

Síntese da Catequese e saudação em português

Queridos irmãos e irmãs,

Muitas vezes, quando nos dirigimos a Deus é para pedir ajuda numa necessidade. Contudo, a nossa oração deve ser caracterizada não tanto pelo pedido, mas sobretudo pelo louvor, agradecimento, à glorificação a Deus, que é nosso Pai e nos demonstra diariamente o seu Amor. No primeiro capítulo da Carta de São Paulo aos Efésios, temos um significativo exemplo de oração cristã. Aqui, o Apóstolo das gentes bendiz a Santíssima Trindade pela sua ação na história: o Pai, que nos escolheu e nos chamou à santidade antes da criação do mundo, o Filho, que nos remiu pelo seu sangue, e o Espírito Santo, que nos foi dado como penhor da nossa redenção definitiva e da glória futura. Tal é o desígnio amoroso de Deus na história da humanidade e na nossa história pessoal. Na oração nós nos abrimos à contemplação deste grande mistério, e aprendemos a ver os sinais deste desígnio misericordioso no caminho da Igreja, que, com a Palavra e os Sacramentos, nos insere como membros vivos do Corpo de Cristo.
A minha saudação a todos os peregrinos de língua portuguesa, nomeadamente para os fiéis brasileiros da Arquidiocese de Campinas, a quem encorajo a intensificar a vida de oração para vos tornardes homens e mulheres movidos pelo desejo de amar, fazendo brilhar a luz de Deus na escuridão do mundo. E que Ele vos abençoe!

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Igreja de Santo Antônio


Comemoração da igreja de Santo Antônio, situada perto do colégio Judith Paiva e não com sede própria, eles se reúnem a muitos anos em garagens e casas alugadas. Porém não importa o lugar quando a iniciativa é para rezar a Deus, é ser católico e ter fé ao santíssimo sacramento.





O santo a ser homenageado por essa paróquia, Santo Antônio. Protetor dos pobres auxilia na busca de objetos ou pessoas perdidas, o amigo nas causas do coração. Assim é Santo Antônio de Pádua, frei franciscano português, que trocou o conforto de uma abastada família burguesa pela vida religiosa.








Contam os livros que o santo nasceu em Lisboa, em 15 de agosto de 1195, e recebeu no batismo o nome de Fernando. Ele era o único herdeiro de Martinho, nobre pertencente ao clã dos Bulhões e Taveira de Azevedo. Sua infância foi tranquila, sem maiores emoções, até que resolveu optar pelo hábito. A escolha recaiu sobre a ordem de Santo Agostinho. Santo Antônio era um orador inspirado. Suas pregações eram tão disputadas que chegavam a alterar a rotina das cidades. Graças a sua dedicação aos humildes, Santo Antônio foi eleito pelo povo o protetor dos pobres. Transformou-se num dos filhos mais amados da Igreja, um porto seguro a qual todos, sem exceção, podem recorrer. Uma das tradições mais antigas em sua homenagem é, justamente, a distribuição de pães aos necessitados e àqueles que desejam proteção em suas casas.

Apostolado litúrgico da oração




A divulgação do Apostolado da Oração no mundo deve-se ao Pe. Henrique Ramiere, SJ. Foi ele o grande organizador e promotor do apostolado.

     Em 1861, foi publicado o livro intitulado “O Apostolado da Oração”. No mesmo ano, começou a publicação de uma revista intitulada “Mensageiros do Coração de Jesus”, a qual rapidamente difundiu-se nos anos seguintes em outras nações das mais diversas línguas.
O Apostolado da Oração tem raízes evangélicas, bíblicas, eclesiais, fundamentação teológica, oração e apostolado. Suas duas linhas mestras alicerçadas sobre seis pilares são:

    Oferecimento diário; Vivência da eucarística; Culto especial ao Coração de Jesus Culto a Maria Santíssima Sintonia com o Papa, o espírito eclesial Devoção ao Divino Espírito Santo.
Entrevista feita com um membro do apostolado:
O que é o apostolado da oração de Jesus para a senhora?
_ O apostolado da oração é um grupo de pessoas que se dedicam a adorar o sagrado coração de Jesus.
Como é preparado e coordenado as reuniões?
_ São feitas reuniões mensais onde se segue um caderno chamado “mensageiro”, onde é uma espécie de guia e acompanhamento para o grupo do apostolado,
O que se faz nesses encontros?
_ Adoramos o Santíssimo coração de Jesus sempre, essa é a nossa função. Rezamos também um terço que é diferente do mariano. (é o terço do coração de Jesus) e cantamos a Jesus, seguindo sempre os temas mensais e por nossa cartilha.





Então todos do apostolado têm que ter em sua residência uma imagem ou quadro do sagrado coração de Jesus. Um Apóstolo que é de onde vem o nome apostolado tem que ater a esse pedido e assim vivenciando e adorando sempre ao sagrado coração de Jesus.

domingo, 17 de junho de 2012

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Catequese de Bento XVI sobre a oração




CATEQUESE
Sala Paulo VI, Vaticano
Quarta-feira, 13 de junho de 2012


Queridos irmãos e irmãs,  

O encontro cotidiano com o Senhor e a frequência aos Sacramentos permitem abrir nossa mente e nosso coração para Sua presença, a Sua palavra, a Sua ação. A oração não é somente o respiro da alma, mas para usar uma imagem, é também o oásis de paz no qual podemos tirar a água que alimenta nossa vida espiritual e transforma nossa existência.

E Deus nos atraia para si, nos faz subir a montanha da santidade, porque estamos sempre mais próximos a Ele, oferecendo-nos, ao longo do caminho, luzes e consolações. Esta é a experiência pessoal a qual São Paulo faz referência no capítulo 12 da Segunda Carta aos Coríntios, sobre a qual quero destacar hoje.

Diante de quem contesta a legitimidade do seu apostolado, ele não elenca as diversas comunidades que fundou, os quilômetros que percorreu; não se limita a recordar as dificuldades e as oposições que enfrentou para anunciar o Evangelho, mas fala sobre seu relacionamento com o Senhor, um relacionamento tão intenso a ser caracterizado também por momentos de êxtase e contemplação profunda (cfr 2 Cor 12,1); então ele não se vangloria daquilo que fez, da sua força, das suas atividades e sucessos, mas se vangloria das ações que Deus fez nele e por meio dele. 

Com grande pudor, ele conta, de fato, o momento no qual viveu a experiência particular de ser raptado para os Céus de Deus. Ele recorda que quatorze anos antes do envio da Carta “foi arrebatado – assim diz – até o terceiro céu” (v. 2). Com a linguagem e os modos de quem conta aquilo que não se pode contar, São Paulo fala daquele fato ainda em terceira pessoa; afirma que um homem foi raptado até o “jardim” de Deus, o paraíso. 

A contemplação é tão profunda e intensa que o Apóstolo não recorda nem mesmo os conteúdos das revelações recebidas, mas tem bem presente a data e as circunstâncias no qual o Senhor o agarrou totalmente, o traiu para Si, como fez sobre a estrada de Damasco no momento de sua conversão (cfr Fil 3,12).

São Paulo continua dizendo que justamente para não montar no orgulho pela grandeza das revelações recebidas,ele carrega consigo um “espinho”(2 Cor 12,7), um sofrimento, e suplica com força ao Ressuscitado para não ser lançado ao Maligno, para ser liberto do espinho doloroso na carne. 

Por três vezes – ele relata – rezou insistentemente ao Senhor para afastá-lo desta prova. E é nesta situação que, na contemplação profunda de Deus, durante a qual “ouviu palavras afáveis, que não é permitido a nenhum homem repetir” (v. 4), recebe a resposta a sua súplica. O Ressuscitado lhe dirige uma palavra clara e reconfortante: “Basta-te minha graça, porque é na fraqueza que se revela totalmente a minha força” (v. 9).

O comentário de Paulo sobre estas palavras pode deixar-nos espantados, mas revela como ele compreendeu o que significa ser verdadeiramente apóstolo do Evangelho. Exclama, de fato, assim: “Portanto, prefiro gloriar-me das minhas fraquezas, para que habite em mim a força de Cristo. Eis por que sinto alegria nas fraquezas, nas afrontas, nas necessidades, nas perseguições, no profundo desgosto sofrido por amor a Cristo. Porque quando me sinto fraco, então é que sou forte” (vv. 9b-10), isto é não se vangloria das suas ações, mas das atividades de Cristo que age justamente em suas fraquezas. 

Faremos, agora, um momento sobre este fato acontecido durante os anos em que São Paulo viveu no silêncio e na contemplação, antes de começar a percorrer o Ocidente para anunciar Cristo; porque esta atitude de profunda humildade e confiança diante das manifestações de Deus é fundamental também para nossa oração e para nossa vida, para nossa relação com Deus e com nossas fraquezas. 

Antes de tudo, de quais fraquezas fala o Apóstolo? O que é este “espinho” na carne? Não o sabemos e não o diz, mas sua atitude faz compreender que cada dificuldade no seguimento de Cristo e no testemunho do Seu Evangelho pode ser superada abrindo-se com confiança às ações do Senhor. 

São Paulo é bem consciente de ser um “servo inútil” (Lc 17,10) – não foi ele que me fez coisas grandes, foi o Senhor –, um “vaso de barro” (2 Cor 4,7), no qual Deus põe a riqueza e a potência de Sua Graça. Neste momento de intensa oração contemplativa, São Paulo compreende com clareza como enfrentar e viver cada evento, sobretudo o sofrimento, a dificuldade, a perseguição: no momento no qual se experimenta a própria fraqueza, se manifesta a potência de Deus, que não abandona, não nos deixa sozinhos, mas torna-se sustento e força. 

Claro, Paulo teria preferido ser liberto deste “espinho”, deste sofrimento; mas Deus diz: “Não, isto é necessário para ti. Terás graça suficiente para resistir e para fazer aquilo que deve ser feito”. Isso vale também para nós. O Senhor não nos liberta dos males, mas nos ajuda a amadurecer nos sofrimentos, nas dificuldades, nas perseguições. A fé, então, nos diz que, se permanecemos em Deus “ainda que exteriormente se desconjunte nosso homem exterior, nosso interior renova-se dia após dia, juntamente nas provas” (cfr v. 16). 

O Apóstolo comunica aos cristãos de Coríntios e também “a nossa presente tribulação, momentânea e ligeira, nos proporciona um peso eterno de glória incomensurável” (v. 17). Na realidade, humanamente falando, não era pouco o peso das dificuldades, era muito grande, mas em contrapartida com o amor de Deus, com a grandeza de ser amado por Deus, parece pouco, sabendo que a quantidade da glória será imensurável.

Então, na medida em que cresce nossa união com o Senhor, faz-se intensa a nossa oração, também nós caminhamos ao essencial e compreendemos que não é a potência dos nossos meios, das nossas virtudes, das nossas capacidades que realiza o Reino de Deus, mas é Deus que opera maravilhas justamente através da nossa fraqueza, da nossa inadequação à atribuição. 

Devemos, então, ter a humildade de não confiar simplesmente em nós mesmos, mas de trabalhar, com a ajuda do Senhor, na vinha do Senhor, confiando-nos a Ele como frágeis “vasos de barro”.

São Paulo faz referência a duas particulares revelações que mudaram radicalmente sua vida. A primeira – sabemos – é a pergunta feita sobre a estrada de Damasco: “Saulo, Saulo, porque me persegues? (At 9,4), pergunta que o levou a entender e encontrar Cristo vivo e presente, e a sentir seu chamado a ser apóstolo do Evangelho.

A segunda, são as palavras que o Senhor lhe dirigiu na experiência de oração contemplativa sobre o qual estamos refletindo “Basta-te minha graça, porque é na fraqueza que se revela totalmente a minha força”. Somente a fé, a confiança nas ações de Deus, na bondade de Deus que não nos abandona, é que a garantia de não trabalhar em vão. 

Assim, a Graça do Senhor foi a força que acompanhou São Paulo nos tremendos esforços para difundir o Evangelho e o seu coração entrou no coração de Cristo, tornando capaz de conduzir os outros em direção Àquele que morreu e ressuscitou por nós.

Na oração, nós abrimos, então, a nossa alma ao Senhor a fim que Ele venha habitar em nossa fraqueza, transformando-a em força para o Evangelho. E é rico o significado também do verbo grego com o qual Paulo descreve esta moradia do Senhor em sua frágil humanidade; usa ‘episkenoo’, que podemos entender como “montar a própria tenda”. O Senhor continua a montar Sua tenda em nós, em meio a nós: é o Mistério da Encarnação. O mesmo Verbo divino, que veio habitar em nossa humanidade, quer habitar em nós, montar em nós Sua tenda, para iluminar e transformar a nossa vida e o mundo.

A intensa contemplação de Deus experimentada por São Paulo faz referência àquela dos discípulos sobre o Monte Tabor, quando vendo Jesus transfigurar-se e resplandecer de luz, Pedro lhe diz: “Mestre, é bom para nós estarmos aqui; faremos três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outras para Elias” (Mc 9,5). “Não sabia o que falava, porque estavam sobremaneira atemorizados”, acrescenta São Marcos (v. 6). 

Contemplar o Senhor é, ao mesmo tempo, fascinante e algo tremendo: fascinante porque Ele nos atrai para si e rouba nosso coração em direção ao alto, levando-o para as Altura onde experimentamos a paz, a beleza do Seu amor; tremendo porque expõe nossa fragilidade humana, nossa inadequação, o esforço de vencer o Maligno que ameaça nossas vidas, aquele espinho preso ainda em nossa carne. 

Na oração, na contemplação cotidiana do Senhor, nós recebemos a força do amor de Deus e sentimos que são verdadeiras as palavras de São Paulo aos cristãos de Roma, aos quais escreveu: “Pois estou persuadido de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem o presente, nem o futuro, nem as potestades, nem as alturas, nem os abismos, nem outra qualquer criatura nos poderá apartar do amor que Deus nos testemunha em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 8,38-39).

Num mundo em que corremos o risco de confiar somente na eficiência e na potência dos meios humanos, neste mundo somos chamados a redescobrir e testemunhar a potência de Deus que nos comunica na oração, com a qual crescemos cada dia no conformar a nossa vida àquela de Cristo, o qual – como afirma – “foi crucificado por fraqueza, mas está vivi pelo poder de Deus.Também nós somos fracos nele, mas com ele vivemos, pelo poder de Deus para atuar entre nós” (2 Cor 13,4).

Queridos amigos, no século passado, Albert Schweitzer, teólogo protestante e prêmio Nobel da paz, afirmou que “Paulo é um místico e nada mais que um místico”, isto é um homem realmente apaixonado por Cristo e assim unido a ele, para poder dizer: Cristo vive em mim. A mística de São Paulo não se funda somente sobre eventos excepcionais por ele vividos, mas também no cotidiano e intenso relacionamento com o Senhor que sempre o sustentou com Sua Graça. 

A mística jamais se afastou da realidade, ao contrário, lhe deu a força para viver cada dia por Cristo e para construir a Igreja até o fim do mundo e daquele tempo. A união com Deus não afasta do mundo, mas nos dá a força para permanecer realmente no mundo, para fazer aquilo que deve ser feito no mundo. 

Também em nossa vida de oração podemos, então, ter momentos de particular intensidade, talvez, no qual sentimos mais viva a presença do Senhor, mas é importante a constância, a fidelidade no relacionamento com Deus, sobretudo nas situações de aridez, de dificuldade, de sofrimento, de aparente ausência de Deus. Somente se nos sentirmos agarrados pelo amor de Cristo, seremos capazes de enfrentar qualquer adversidade, como Paulo, convictos que tudo podemos Naquele que nos fortalece (cfr Fil 4,13). 

Então, quanto mais damos espaço à oração, mais veremos que a nossa vida se transformará e será animada pela força concreta do amor de Deus. Assim aconteceu, por exemplo, com a beata Madre Teresa de Calcutá, que na contemplação de Jesus e mesmo em tempo de longa aridez, encontrava a última razão e a força inacreditável para reconhecê-Lo nos pobres e nos abandonados, apesar de sua frágil figura. 

A contemplação de Cristo na nossa vida não nos aliena – como já disse – da realidade, mas nos torna ainda mais participantes das questões humanas, porque o Senhor, atraindo-nos para Si na oração, nos permite fazer-nos presentes e próximos de cada irmão no seu amor. Obrigado.

No fim da catequese o Papa saudou os peregrinos de língua portuguesa

Queridos irmãos e irmãs,

São Paulo recorda-nos que não passamos de «vasos de barro», onde Deus coloca a riqueza e a força da sua graça. Na oração, abrimos o coração ao Senhor, para que Ele venha habitar na nossa fragilidade e faça dela uma força para o Evangelho. À medida que nos deixamos habitar pelo Senhor, a nossa oração torna-se mais intensa e leva-nos a fixarmo-nos no essencial, sabendo que é Deus que atua através da nossa fraqueza. Somente se nos deixarmos arrebatar e possuir pelo amor de Cristo é que seremos capazes de enfrentar qualquer adversidade, como Paulo, seguros de que tudo podemos em Cristo que nos dá força. Num mundo que sugere confiar só na eficiência e na força dos meios humanos, somos chamados a descobrir e testemunhar a força da oração, pela qual a nossa vida se configura cada vez mais à de Cristo, que «foi crucificado na sua fraqueza, mas vive pelo poder de Deus».

Amados peregrinos de língua portuguesa, de coração vos saúdo a todos, em particular ao grupo jovem de voluntariado animado pelos Salesianos de Macau e aos grupos brasileiros de Foz do Iguaçu e de Florianópolis: abri os vossos corações ao Senhor e dedicai as vossas vidas ao reino de Deus, que cresce na terra com o vosso serviço a favor dos mais desfavorecidos. O Senhor vos confirme no bem, com a sua graça! Em penhor da mesma, desça sobre vós, vossas famílias e comunidades cristãs a minha Bênção.

      

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Convite



Caríssimos irmãos e irmãs, Santo Antônio é para nós modelo de obediência ao Plano Divino. Ele demonstrou com sua fé que ser obediente ao plano de Deus é a maior riqueza do cristão e um caminho seguro para a santidade. Por isso, nos dias de festejos ao nosso querido Padroeiro, estamos meditando o tema: Com Santo Antônio tornamo-nos obedientes a Deus, mediante a fé.
Os dias de festa acontecerão no período de 13 a 17 de junho. Você e sua família são os nossos convidados.


Programação

13/06 - Quarta-feira - Abertura da festa

19h: Celebração Eucarística
Tema: Santo Antônio, obediente a Deus, nos ensina o valor da vida
Presidente: Pe. Lídio
Animadores: Região São Miguel, Legião de Maria, Mãe Rainha, Setor Nossa Srª de Fátima e Cristo Luz, Confraria do Rosário
Musical: Os Anjos

14/06 - Quinta-feira

19h: Celebração Eucarística
Tema: Santo Antônio, obediente a Deus, nos ensina a viver a caridade
Presidente: Pe. Silvestre
Animadores: Região São Benedito, Movimento da Esperança, Pastoral do Batismo, Pastoral do Dízimo, Setor Rainha da Paz e Nossa Srª Aparecida
Musical: Vida no Espírito

15/06 - Sexta-feira

19h: Celebração Eucarística
Tema: Santo Antônio, obediente a Deus, nos ensina a testemunhar a fé
Presidente: Pe. Erivaldo Xavier
Animadores: Região São Sebastião, Pastoral do Idoso, MEJ, Pastoral da Criança, RCC e Setor Deus é Fiel
Musical: Hosana

16/06 - Sábado

19h: Celebração Eucarística
Tema: Santo Antônio, obediente a Deus, nos ensina a viver na comunhão eclesial
Presidente: Mons. Delfino Barbosa
Animadores: Grupo de Casais, CF, Apostolado da Oração, Inserção Social, Bom Samaritano, Pastoral da Juventude, Catequese, Vicentinos e Setor Verônica
Musical: Sol Nascente


17/06 - Domingo - Encerramento da festa

19h: Celebração Eucarística
Tema: Com Santo Antônio tornamo-nos obedientes a Deus, mediante a fé
Presidente: Cônego Severino Fernando de Souza Neto
Animadores: MECE, Acólitos e Ancilas, Pascom, Pastoral do Teatro, Pastoral da Segurança, Terço dos Homens e todo povo de Deus
Musical: Rhua

OBS.
Todos os dias haverá meditação do Santo Rosário, nos seguintes horários: 6h, 12h, 15h e 18h
Haverá quermesse todas as noites da festa

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Corpus Christi.

História da Solenidade de Corpus Christi.


No final do século XIII surgiu em Lieja, Bélgica, um Movimento Eucarístico cujo centro foi a Abadia de Cornillon, fundada em 1124 pelo Bispo Albero. Este movimento deu origem a vários costumes eucarísticos, como por exemplo a Exposição e Bênção do Santíssimo Sacramento, o uso dos sinos durante sua elevação na Missa e a festa do Corpus Christi.

Santa Juliana de Mont Cornillon, naquela época priora da Abadia, foi a enviada de Deus para propiciar esta Festa. A santa nasceu em Retines, perto de Liège, Bélgica, em 1193. Ficou órfã muito pequena e foi educada pelas freiras Agostinianas em Mont Cornillon. Quando cresceu, fez sua profissão religiosa e mais tarde foi superiora de sua comunidade. Morreu em 5 de abril de 1258, na casa das monjas Cistercienses, em Fosses, e foi enterrada em Villiers.

Desde jovem, Santa Juliana teve uma grande veneração ao Santíssimo Sacramento. E sempre esperava que se tivesse uma festa especial em sua honra. Este desejo se diz ter intensificado por uma visão que ela teve da Igreja, sob a aparência de lua cheia com uma mancha negra, que significada a ausência dessa solenidade.

Juliana comunicou estas aparições a Dom Roberto de Thorete, o então bispo de Lieja, a Dominico Hugh, mais tarde cardeal legado dos Países Baixos, e a Jacques Pantaleón, nessa época arquidiácono de Lieja e mais tarde Papa Urbano IV.

O bispo ficou impressionado e, como nesse tempo os bispos tinham o direito de ordenar festas para suas dioceses, convocou um sínodo em 1246 e ordenou que a celebração fosse feita no ano seguinte. Ao mesmo tempo, o Papa ordenou que um monge, de nome João, escrevesse o ofício para essa ocasião. O decreto está preservado em Binterim (Denkwürdigkeiten, V.I. 276), junto com algumas partes do ofício.

Dom Roberto não viveu para ver a realização de sua ordem, já que morreu em 16 de outubro de 1246, mas a festa foi celebrada pela primeira vez no ano seguinte na quinta-feira posterior à festa da Santíssima Trindade. Mais tarde um bispo alemão conheceu esse costume e o estendeu por toda a atual Alemanha.

Naquela época, o Papa Urbano IV tinha sua corte em Orvieto, um pouco ao norte de Roma. Muito perto dessa localidade fica a cidade de Bolsena, onde em 1263 (ou 1264) aconteceu o famoso Milagre de Bolsena: um sacerdote que celebrava a Santa Missa teve dúvidas de que a Consagração da hóstia fosse algo real. No momento de partir a Sagrada Hóstia, viu sair dela sangue, que empapou o corporal (pequeno pano onde se apóiam o cálice e a patena durante a Missa). A venerada relíquia foi levada em procissão a Orvieto em 19 junho de 1264. Hoje se conserva o corporal, em Orvieto, onde também se pode ver a pedra do altar de Bolsena, manchada de sangue.

O Santo Padre, movido pelo prodígio, e por petição de vários bispos, fez com que a festa do Corpus Christi se estendesse por toda a Igreja por meio da bula “Transiturus”, de 8 setembro do mesmo ano, fixando-a para a quinta-feira depois da oitava de Pentecostes, e outorgando muitas indulgências a todos que assistirem a Santa Missa e o ofício nesse dia.

Em seguida, segundo alguns biógrafos, o Papa Urbano IV encarregou de escrever um ofício – o texto da liturgia – a São Boa-ventura e também a Santo Tomás de Aquino. Quando o Pontífice começou a ler, em voz alta, o ofício feito por Santo Tomás, São Boa-ventura o achou tão bom que foi rasgando o seu em pedaços, para não concorrer com o de São Tomás de Aquino.

A morte do Papa Urbano IV (em 2 de outubro de 1264), um pouco depois da publicação do decreto, prejudicou a difusão da festa. Mas o Papa Clemente V tomou o assunto em suas mãos e, no concílio geral de Viena (1311), ordenou mais uma vez a adoção desta festa. Em 1317 foi promulgada uma recompilação das leis – por João XXII – e assim a festa foi estendida a toda a Igreja.

Nenhum dos decretos fala da procissão com o Santíssimo como um aspecto da celebração. Porém estas procissões foram dotadas de indulgências pelos Papas Martinho V e Eugênio IV, e se fizeram bastante comuns a partir do século XIV.

A festa foi aceita em Cologne em 1306; em Worms a adoptaram em 1315; em Strasburg em 1316. Na Inglaterra foi introduzida, a partir da Bélgica, entre 1320 e 1325. Nos Estados Unidos e nos outros países a solenidade era celebrada no domingo depois do domingo da Santíssima Trindade.

Na Igreja grega a festa de Corpus Christi é conhecida nos calendários dos sírios, armênios, coptos, melquitas e rutínios da Galícia, Calábria e Sicília.

Finalmente, o Concílio de Trento declarou que, muito piedosa e religiosamente, foi introduzida na Igreja de Deus o costume, que todos os anos, em determinado dia festivo, seja celebrado este excelso e venerável sacramento com singular veneração e solenidade; e reverente e honorificamente seja levado em procissão pelas ruas e lugares públicos. Dessa forma, os cristãos expressam sua gratidão por tão inefável e verdadeiramente divino benefício, pelo qual se faz novamente presente a vitória e triunfo sobre a morte e ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Semana Eucarística


Semana Eucarística
03 a 07 de junho de 2012

Tema central: 
Eucaristia: Mistério de Fé e Vida.

Programação:

Abertura da Semana Eucarística: Santa Missa e Batismo das crianças e adolescentes da Catequese.
Animação: Pastoral da Catequese
Hora: 19h
Local: Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição


04/06/2012 - Segunda-feira

Hora Santa
Horário: das 15h às 18h
Local: Matriz
Responsável: Região Pastoral São Benedito

18h: Terço Eucarístico (Grupo de Casais, Pastoral da Pessoa Idosa e Homens do Terço)
19h: Seminário Eucarístico
Tema: Ministério de fé - Jesus Cristo está presente em corpo, sangue, alma e Divindade na Eucaristia. Sua presença é real.
Expositor: Cônego Dr° José Everaldo Rodrigues Filho


05/06/2012 - Terça-feira

Hora Santa
Horário: das 15h às 18h
Local: Matriz
Responsável: Região Pastoral São Sebastião

18h: Terço Eucarístico (catequizandos da primeira eucaristia, acólitos e ancilas, jovens da crisma)
19: Celebração Eucarística
Presidente: Cônego Severino Fernando de Souza Neto
Tema: Santa comunhão: nós, mesmo sendo muitos, formamos um só corpo e todos participamos do mesmo pão.

20h às 21h - Adoração a Jesus Sacramentado.
Animação: catequistas, familiares, crianças e adolescentes da Primeira Eucaristia.


06/06/2012 - Quarta-feira

Hora Santa
Horário: das 15h às 18h
Local: Matriz
Responsável: Região Pastoral São Miguel

18h: Terço Eucarístico (Apostolado da Oração, Pastoral Missionária e Vicentinos)
19h: Seminário Eucarístico
Tema: Mistério da vida: no banquete eucarístico, Cristo torna - se "pão da vida" e com Ele nos é dado o penhor da vida eterna.
Expositor: Padre José Luciano Duarte

07/05/2012 - Quinta-feira - Festa de Corpus Christi

Manhã:
08h: Celebração do sacramento da Eucaristia - Primeira Comunhão
Animação: Pastoral da Catequese
9h30min: café de confraternização

Tarde:
Adoração ao Santíssimo Sacramento
16h: Celebração Eucarística de Corpus Christi
Animação: Pastoral da Liturgia e Ministro Extraordinários da Sagrada Comunhão Eucarística
17h: Procissão pelas principais ruas da cidade e Solene Benção do Santíssimo Sacramento

Convite



Caríssimos irmãos e irmãs,


É com muito prazer e entusiasmo que a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição convida a todas as Comunidades para juntos celebrarmos a Festa do Sacramento da Crisma, unidos em um só objetivo: levar Jesus em uma só comunhão reavivadora.

A Celebração do Sacramento da Crisma será realizada no dia 02 de junho de 2012, sábado, a partir das 19h, na Quadra Municipal Luiz Alves da Silva.

A Missa será presidida pelo Reverendíssimo Senhor Arcebispo Metropolitano Dom Antônio Muniz Fernandes, O Carm.