Nos últimos dias, temos visto, de forma acentuada, um modismo inusitado e esquisito, bem fora do comum. Muitas pessoas, principalmente mulheres, a usar o terço no pescoço. Tal gesto muito nos tem chamado atenção, cabendo refletir, aqui, um pouco sobre tal iniciativa.
O terço é um instrumento confeccionado geralmente em madeira ou em outros tipos de material. É composto de um crucifixo, e esferas maiores e menores que correspondem à oração do Pai Nosso e, por consequência, da Ave Maria. Ele é utilizando há muito pelos cristãos católicos. Com ele, o terço, meditamos os mistérios do Santo Rosário, mistérios do nascimento, vida, morte e ressurreição de Nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. O rosário é uma oração mariana, oração de intercessão bem apreciada e difundida entre os católicos. Por meio do rosário ou do terço, pedimos a intercessão, suplicamos que Maria rogue por nós ao seu Filho Jesus.
Por isso, sobretudo as senhoras sábias com mais idade, principalmente as romeiras do Pe. Cícero do Juazeiro, traziam-no e trazem-no ao pescoço, por baixo da blusa ou vestido, de forma discreta para rezar nas horas santificadas do dia e nas mais diversas urgências e emergências da vida cotidiana. Eis um sentido de uso puro, íntegro, correto e significativo do santo terço.
Não podemos esquecer que estamos mergulhados num mundo eminentemente pagão, que por meio de atitudes concretas vem rejeitado, excomungando e execrando Deus e tudo o que a Ele está relacionado. Rejeita-se os símbolos cristãos mundo a fora, sob formas e modos diversos. É triste. É lamentável.
Daí, diante deste modismo pagão, não vemos nenhum sentido em trazer, ao pescoço, o símbolo tão rico e tão nobre que marca a religiosidade do povo católico. Ele, o terço, não é e nem nunca poderá ser bijuteria, objeto embelezador do corpo. Muito pelo contrário, ele é útil para embelezar a alma, aproximar os seres humanos de Deus. Ele é necessário porque nos faz entrar em comunhão com o Altíssimo.
Não somos contra os ornamentos femininos. Não somos contra as joias, miçangas e bijuterias. Elas são importantes pois refletem, ainda mais, a beleza das mulheres. Vários povos e culturas tem nas joias, miçangas e bijuterias elementos complementadores da beleza do gênero feminino. E isto é notável.
Somos contra, sim, o mau uso dos nossos objetos sagrados, pois nossos objetos religiosos ou sagrados remontam ao Divino, às coisas do Céu. Somos contra, sim, pois cremos que é um desrespeito profundo desfazer das coisas dos outros, das coisas que estão intimamente ligadas à fé católica, nossa fé.
Portanto, não é plausível, admissível, sob nenhum aspecto ornamentador ou embelezador, ter o terço ao pescoço. Mas lindas e belas peças em ouro, prata ou algo semelhante. Terço é instrumento de oração, estejamos com ele no bolso, na bolsa, prontos para rezar. Cuidemos de rezar o santo terço para que o mundo seja mais santo e respeitoso, para que o mundo seja melhor. Cuidemos de rezar o santo terço para que o mundo traga em si as marcas do Reino de Deus.
Texto de Pe. Walmir Galdino
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