segunda-feira, 9 de maio de 2011

Homenagem Paroquial ao Cônego Severino, por ocasião da Comemoração dos 70 anos de Paróquia


Cônego Severino Fernando. Ao fundo, igreja matriz.
Boa noite,

São setenta pretéritos anos, de saudosas e frutuosas primaveras.
Quem ousará nos roubar suas lembranças? É terreno que criminoso não pode pisar. Lá estão os nossos primeiros encontros com o Amor Primeiro, Cristo Senhor nosso, sustentáculo de nossa fé. Lá mesmo, onde construímos nossas amizades verdadeiras ou, diga-se, simplesmente amizades, já que desconheço amizade de predicado diverso. Só pode ser amizade se pautada na Verdade.
Emoção bate ao peito por recordar momentos tantos, de ilusões e desilusões, vitórias e derrotas, começos e recomeços, perdas e reencontros.
Pense bem. Tudo valeu à pena, não valeu?
Orgulha-nos ver que, embora não tão mais fabril, nosso chão ainda guarda “Paróquia de fé no Brasil”.
Paróquia de povo fiel, ribeirinhos de única missão: “Ser Paróquia de Nossa Senhora”, porque sê-lo nos dá a capacidade de lutar incessantemente por um “tempo de belas manhãs”.

Agora, dê-me licença, mas quero falar mesmo é de presente e futuro. Eles reclamam o palco principal, pedem entrada.
Não por acaso, o verso “é um dom o momento presente” inaugura nosso hino paroquial.
Sem receio de trocadilhos, é no presente que, não raro pela intercessão da Imaculada Conceição, o Deus Altíssimo nos presenteia, renovando em nós Suas graças.
É hoje, setenta anos trilhados, o dia do nosso reencontro com o que há de melhor em nós - nossa identidade cristã, nossa história.
A minha história pessoal se une a tua e, juntos, na ação do Espírito Santo, não hesitamos em reconhecer “Somos Paróquia de Nossa Senhora”.
É no dia que se faz novo a cada amanhecer, que Ele, por sua graça, como Onipotente Maestro, nos mostra que é preciso continuar a composição da melodia chamada vida. Suas pausas, seus desacertos, são ingredientes imprescindíveis ao nosso crescimento, próprios de nossa humana limitação.
Quão generoso é o Deus que nos criou, que criou a Conceição do Rio Largo.
Crescemos! Conceição já tem Sebastião, batem juntos dois Sagrados Corações e Teresinha pede entrada.
De Joaquim, Armando, Teóforo, Paulino, Beltrand, Delfino, José à Severino, quantos bons pastores, zelosos pelo rebanho.
Joaquim à José concordem: novo trocadilho toma lugar, porque Severino é hoje o presente, o nosso presente, enviado de Deus. E, é dele mesmo, que ouso arriscar limitada tradução.
É noite mesmo de trocadilhos. Desisto de evitá-los. Vamos, então...
Quão bondoso o Altíssimo, que, quando sofríamos em dores de parto (leia-se de “partida”), nos presenteava, fazendo nascer nesse chão Cônego Severino, ele, o Fernando.
Para os amantes da tradução, Severino de significado “severo”. Isto mesmo: Severo. Mas, calma! Também de missão Fernando, que, onde li, significava “ousado e batalhador incansável, que leva até o fim tudo o que começa; e, que idéias inspiradas e amor à liberdade são suas características marcantes”.
Penso que fiz dispensável busca dada tamanha exatidão, perceptível já nos primeiros contatos cotidianos, não necessitava, pois, de dicionários.
É pastor de severo trato no seu mister, administrador por vocação e formação, à serviço do Reino de Deus. Por conseguinte, não lhe cabe pensar em insucesso no labor, seria dupla falência.
Homem de simples proceder, humildade saltante a olhos nus, apegado aos mais altos valores morais, para quem os bens materiais não devem prevalecer sobre aqueles.
Escuta, compreensão, ternura, gratidão, são alguns dos seus exercícios cotidianos. Que ele também não descuide daqueles de condicionamento físico. Certo, Cônego Severino?
Dos demais componentes do referido significado, quais sejam “amor à liberdade” e “idéias inspiradas”, nem preciso repetir que Cônego Severino Fernando é pastor da escuta, que usa de liberdade e confiança para com os fiéis, colaboradores da concretização de suas inspiradas e renovadoras idéias.
Mas, sem enganos e precipitações, Fernando é também Severino, porquanto deixa livre, confia, mas utiliza-se de oportuna severidade para colher os frutos esperados.
É pastor à serviço do Pastor Maior, Cristo Senhor, requer os talentos distribuídos.
É pastor que processa com a mesma Justiça com que emite veredictos.
Pois bem.
Pela providência do sempre Bom Pastor, Cristo Jesus, coube a ti, Cônego Severino Fernando, celebrar conosco este júbilo.
Quando imaginaríamos tua presença em nosso meio? Nem mesmo o mais sábio ou intelectual fora capaz de antever. E, mais, quão acertado nos parece teu envio para nos guardar, nos conduzir.
Do futuro, temos apenas a confiança em Deus, providente e misericordioso, e o desejo de que muitos anos possam ser celebrados por teu severo, amoroso e inspirado, pastoreio.
Em sinal do nosso amor paroquial, um amor à primeira vista - que assim o digam os românticos, já que há tão pouco estais entre nós, recebe este símbolo, o qual esperamos sempre lhe recorde que somos povo sempre necessitado do amor de Deus, presente no brilho que emana do teu olhar, da unção presbiterial, sacerdotal que um dia recebeste. Um sincero reconhecimento de que, para nossa alegria, pela vontade de Deus, tu és também “Paróquia de Nossa Senhora”.

[Momento da entrega da réplica comemorativa (abaixo), ao som de "sou bom pastor" (Waldeci Farias)]


Agradecemos ao Supremo Pastor, Cristo Senhor nosso, por tê-lo gerado para este oficio: conduzir o rebanho que Deus lhe confiou, hoje, nós, povo da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Rio Largo, ou simplesmente povo da Imaculada Conceição.



Rio Largo, igreja matriz, 08 de maio de 2011.

Paróquia de Nossa Senhora da Conceição



Réplica entregue


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