Por Seminarista Rafael dos Santos*
Nos últimos meses pesquisadores do CERN (centro de pesquisas nucleares),
em Genebra vêm engajados no estudo de uma partícula chamada neutrinos que segundo eles viaja mais rápido eu a luz. Os neutrinos
são partículas extremamente pequenas, sem carga elétrica e com massa tão
insignificante que, após sua descoberta acreditou-se não possuir massa. O
problema é que se os pesquisadores estiverem corretos cairá um dos conceitos
propostos pela física moderna e nunca antes posto em duvida o de que nada se
move mais rápido que a luz.
A pesquisa feita pelo CERN já fez alguns experimentos com a ajuda de um
detector de partículas eletricamente neutras e quase sem massa, nomeado de
Opera. Foram lançados feixes de
neutrinos do centro de estudos em Genebra na Suíça ao laboratório nacional em
Gran Sasso, na Itália, a 730 km. Chegou lá 60 bilionésimos de segundos mais
adiantado que a luz. Estes dados que
hoje percorrem o mundo ainda encontra descrédito de físicos céticos.
O que muda com esta pesquisa não é somente a desconsideração de uma
teoria cientifica como a proposta por Einstein. Mais cai por terra toda a
pretensão da ciência de alcançar um conhecimento perene, dogmático. A queda das
teorias só faz com que o cientista reconheça a sua finitude perante a criação e
o seu lugar como parte no universo. Sabemos que é de grande auxilio a ciência e
suas descobertas, mas ela não deve esquecer-se de que é humana e que por mais
que tenha pretensões que o ultrapassem seus limites estes não devem ser
esquecidos.
O desafio que ciência se faz a cada dia é uma prova de sua constante
busca pela verdade das coisas. Este ato de autocritica sem duvidas é uma
característica que revela a seriedade do trabalho cientifico e o faz dar longos
passos no distanciamento de ideologias que muitas vezes o usam como
sustentáculos de suas ideias. Também que ao contrario das teorias cientificas
existem algumas ideias que se sustentam, são imutáveis e servem de norte para a
vida e de vocabulário para a filosofia. Estas não podem ser provadas num
detector criado por mãos humanas, mas no próprio ser das coisas.
Contudo a pretensão do homem de conhecer o desconhecido, de alcançar o
ainda não alcançado, de ver o não visto, de ultrapassar o seu limite e querer
sempre ir mais além é a grande prova de que há no homem uma marca eterna, posta
por seu Criador, que rir como um pai quando depois de várias horas o filho de
sete anos chega e diz: pai descobri de onde vem as cegonhas.
A ciência esta adolescente que quer sozinha ir boate e chora todo o
caminho de volta por ter sido assaltada. É o aluno que quer aprender do
professor o erro de seu ensino e quebra a cabeça até perceber que ele é quem
sempre erra. Por fim esta filha da modernidade fragmentadora do saber é aquela
que sempre chora procurando concertar os erros que a fizeram ser tão inferior a
sua mãe.
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