terça-feira, 27 de setembro de 2011

Os neutrinos e a Ciência Moderna


Por Seminarista Rafael dos Santos*

Nos últimos meses pesquisadores do CERN (centro de pesquisas nucleares), em Genebra vêm engajados no estudo de uma partícula chamada neutrinos que segundo eles viaja mais rápido eu a luz. Os neutrinos são partículas extremamente pequenas, sem carga elétrica e com massa tão insignificante que, após sua descoberta acreditou-se não possuir massa. O problema é que se os pesquisadores estiverem corretos cairá um dos conceitos propostos pela física moderna e nunca antes posto em duvida o de que nada se move mais rápido que a luz.
A pesquisa feita pelo CERN já fez alguns experimentos com a ajuda de um detector de partículas eletricamente neutras e quase sem massa, nomeado de Opera.  Foram lançados feixes de neutrinos do centro de estudos em Genebra na Suíça ao laboratório nacional em Gran Sasso, na Itália, a 730 km. Chegou lá 60 bilionésimos de segundos mais adiantado que a luz.  Estes dados que hoje percorrem o mundo ainda encontra descrédito de físicos céticos.
O que muda com esta pesquisa não é somente a desconsideração de uma teoria cientifica como a proposta por Einstein. Mais cai por terra toda a pretensão da ciência de alcançar um conhecimento perene, dogmático. A queda das teorias só faz com que o cientista reconheça a sua finitude perante a criação e o seu lugar como parte no universo. Sabemos que é de grande auxilio a ciência e suas descobertas, mas ela não deve esquecer-se de que é humana e que por mais que tenha pretensões que o ultrapassem seus limites estes não devem ser esquecidos.
O desafio que ciência se faz a cada dia é uma prova de sua constante busca pela verdade das coisas. Este ato de autocritica sem duvidas é uma característica que revela a seriedade do trabalho cientifico e o faz dar longos passos no distanciamento de ideologias que muitas vezes o usam como sustentáculos de suas ideias. Também que ao contrario das teorias cientificas existem algumas ideias que se sustentam, são imutáveis e servem de norte para a vida e de vocabulário para a filosofia. Estas não podem ser provadas num detector criado por mãos humanas, mas no próprio ser das coisas.
Contudo a pretensão do homem de conhecer o desconhecido, de alcançar o ainda não alcançado, de ver o não visto, de ultrapassar o seu limite e querer sempre ir mais além é a grande prova de que há no homem uma marca eterna, posta por seu Criador, que rir como um pai quando depois de várias horas o filho de sete anos chega e diz: pai descobri de onde vem as cegonhas.
A ciência esta adolescente que quer sozinha ir boate e chora todo o caminho de volta por ter sido assaltada. É o aluno que quer aprender do professor o erro de seu ensino e quebra a cabeça até perceber que ele é quem sempre erra. Por fim esta filha da modernidade fragmentadora do saber é aquela que sempre chora procurando concertar os erros que a fizeram ser tão inferior a sua mãe.

*Seminarista da diocese de Frederico Westphalen – RS, Bacharelando em filosofia pelo seminário Maria Mater Ecclesiae do Brasil.

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